21 de janeiro de 2011

a propósito das próximas eleições


alguém na rádio dizia há dias que estas eleições lhe faziam lembram a digressão de uma banda em final de carreira.
antes fosse.
para mim é mais uma banda de covers ranhosos em digressão pelos centros de dia para matinés dançantes.
o meu sentido de voto é conhecido: todos aqui sabem que votarei contra o cavaco
seja por quem for, desde que seja contra o cavaco.
há cinco anos lancei aqui uma campanha pela eleição do paulinho, o roupeiro do sporting, justificada pelo facto de ele ter todas as qualidades que imputam ao cavaco: é honesto, é bom no seu trabalho, subiu na vida a pulso, como se costuma dizer. se essas eram razões para se poder ser presidente, o paulinho estava em muito melhores condições.
mas se apenas com uma hecatombe um presidente não será reeleito, no caso do cavaco torna-se ainda mais difícil porque ele tem uma espécie de imunidade que ultrapassa o comum discernimento.
o que mais odeio no cavaco (sim, odeio mesmo essa parte) é o facto de ele ser o político em actividade há mais tempo em portugal e ter sempre aquela atitude de não ser um político nem ter nada a ver com eles.
alguém que foi ministro dois anos, primeiro ministro 10 anos e é apenas presidente há 5 anos porque foi derrotado da primeira vez que queria ser presidente e tem a lata de dizer que está acima dos políticos e dos partidos, só pode ser mesmo alguém sem o mínimo de respeito por aqueles que lhe dão de comer.
o homem há quase 30 anos que vive da política e do que ela lhe deu
faz lembrar aquele que cospe na mão que lhe entrega o prato da comida.
alguém que tem uma vida tão transparente como uma casa que não se lembra onde fez a escritura (nem como fez as obras sem licença), que não sabe quem são os seus vizinhos (numa espécie de condomínio do bpn), ou que só soube como as acções da sln através dos jornais e mesmo assim tem a suprema lata de afirmar que o comum dos mortais tem que nascer duas vezes para ser tão honesto como ele, faz-me sentir feliz por só ter nascido uma vez e muito contente por não ter o tipo de honestidade dele.
ou alguém que chamou (literalmente) malucos a outros candidatos, mas acha que ele é que é insultado quando duvidam da clareza dos seus negócios..
eu sei que o cavaco vai ser eleito.
não tenho a menor dúvida que será até por uma diferença bem maior que o mísero 1% das últimas eleições.
mas ainda assim irei votar contra ele.
não sei por quem, que isto de bandas de covers nunca me agradou.
mas votarei em alguém.
quanto ao resto, e porque os poderes dos presidentes são uma coisa próxima da nulidade, é-me indiferente porque ele, de facto, promulgou cerca de 99% dos diplomas do governo (antes essa média tivesse sido substancialmente menor...)
se ainda assim vale a pena ter um presidente?
claro que sim.
ao menos o presidente pode ser retirado com um voto... um rei só com um tiro na cabeça

5 comentários:

anita disse...

excelente

Geninha disse...

O que mais desespera não é o impossível, porém o possível não alcançado.

...

Geninha disse...

O que mais desespera não é o impossível, porém o possível não alcançado.

Carlos Caria disse...

Ola Carlos,
Que pena o Paulinho não se ter candidatado desta vez, ou não haver a coragem de levar um Coluche ou um Tiririca a presidente seguramente que faria melhor figura.

Carlos disse...

assino por baixo o seu escrito. e felicito-o pelo que disse.