20 de julho de 2010

Comemorações originais e outras coisas mais

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Os dias sem telemóvel foram pela primeira vez comemorados há dez anos a 6,7 e 8 de Fevereiro. A partir de então, a inciativa tem vindo a ser anualmente celebrada.
Ideia lançada em França pelo escritor Phil Marso, conta actualmente com 4 países aderentes.
De acordo com Marso, é genericamente aceite não fazer sentido a imposição de, em qualquer local público, ouvirmos o repetido “onde estás?” (o que será o mínimo, dado a vida privada de muitos cidadãos anónimos ter sido trazida à praça pública como gesto corrente e banalizado).
Apontando as inconveniências das conversas telefónicas em transportes, salas de espectáculo e outros espaços colectivos e acérrimo defensor das mensagens escritas, o contemporâneo escritor francês é ainda conhecido – aqui não reunirá tão facilmente consensos – pela publicação de romances e poemas em linguagem SMS.
Quanto a este particular, por cá já foram realizadas experiências idênticas aqui e aqui . Não pretendendo emitir juízos valorativos sobre as mesmas, confesso não ter ainda sentido o efeito desta nova forma de comunicação em trabalhos escolares, apesar de já ter presenciado diversas reclamações por parte de alguns professores em zonas marcadamente urbanas ou suburbanas, bem como através de amigos ao verem o novo código utilizado de forma indiscriminada pelos jovens mais próximos.
Fica, pois, a referência à experiência posta em prática em Portugal que fará pensar em aspectos particulares (peculiares?) potenciados pelas novas tecnologias.
Para concluir, acrescentarei existirem comemorações ainda mais originais do que a referida, sendo meros exemplos datas comemorativas para o riso, para os esquerdinos (vulgo canhotos) ou ainda para a lavagem das mãos (esta de intuito marcadamente sanitário e contando com bons resultados a médio prazo em países mais carenciados).

4 comentários:

Luísa disse...

Desconhecia por completo tal dia. Mas mesmo sem saber que existia, e apesar de ter dois aparelhos (português e suíço), vivo o dia sem telemóvel pelo menos uma vez por mês. As coisas têm a importância que nós lhe damos. E eu devia dar mais importância ao meu telemóvel suíço por causa de telefonemas de trabalho!!!

Apesar de usar muitas abreviaturas em certos contextos, tenho dúvidas que isso siga para a frente. Por exemplo, eu abrevio /que/ com /q/ e a maior parte abrevia com /k/. Depois como fazem? Vão criar o acordo ortográfio das sms?!? No lo creo!!

Quanto aos miúdos não saberem distinguir um texto ou um teste de português e a conversa que estão a ter com os amigos nos "chats"... tem sorte, Teresa. Eu, que tive daqueles estágios magníficos que se fazem agora, tive pouco tempo para analisar todas as 'bácoras' que aquelas crianças escreviam. E em 22 alunos... só uma é que nunca escreveu em "internetês" (era 'só' a melhor aluna da turma e filha de um professor, altamente exigente com ela)...

teresa disse...

Eu também me esqueço com frequência do telemóvel e o toque é quase inaudível para não incomodar, Luísa:)

Quanto à não utilização do "internetês" por parte dos "meus" miúdos , ao deixar aqui o post estava precisamente a tentar encontrar uma explicação para o facto: penso que se deverá, em parte, a terem dificuldades financeiras, o que explica a reduzida utilização do 'artefacto'... que ao menos isso lhes sirva para terem direito a um futuro mais risonho (é que quando soube qual a percentagem dos que têm apoios financeiros para andarem na escola, fiquei impressionada, é mais complicado do que suspeitava). O local é tão 'castigado' que praticamente não há jovens de origem estrangeira... ninguém de fora se fixa no local e empresas a encerrar por lá nos últimos tempos, 'é mato'... continuo a projectar neles, enquanto alunos, expectativas consideráveis, pois são combativos :)

Luísa disse...

As necessidades económicas... sempre o mesmo problema. E por vezes... se certas e determinadas pessoas não tivessem carro do governo e subsídio de deslocação à disposição... talvez houvesse mais justiça e menos problemas para os "seus" (e outros) miúdos.

Ainda bem qu eles são combativos. Ou então perdia o interesse todo...

teresa disse...

Coincidências, Luísa: acabei de regressar e tinha, na caixa do correio, uma carta do meu padrinho que vive há mais de metade da sua vida nos EUA. Como trocamos mails sobre escola (entre múltiplos assuntos) e ele se interessa muito pelo nosso país (chegou a ser correspondente de um jornal português hoje extinto)fiquei sensibilizada com o recorte de jornal que,a ter interesse, talvez ainda venha a traduzir. É o depoimento de uma professora americana, hoje de 62 anos, cujo título é: '40 years later, teaching is still too fun to quit': e não é que se refere também ao 'apelo dos telemóveis em sala de aulas'? E é claro que é um estímulo ter miúdos tão interessados por tudo - e Português é 'tudo' - que, a deixar, nos desviaríamos facilmente do programa...embora não prescinda de uma pequena pausa a meio dos 90 minutos, pois se até no futebol a fazem :)