A tempo

Atravesso a cidade a toda a velocidade. Está vazia. Algumas luzes aqui e ali. Estou aconchegada no casacão e de olho pisco.Chego a tempo. Agradeço a boleia e agora é outra noite.

Concluí hoje uma série de pequenas tarefas por acabar. Consegui ir bem cedo à Feira da Ladra e vir de lá carregada de coisas novas. Observei os rituais e métodos de montagem dos lugares dos feirantes, ainda atordoada pela falta de sono. E ele chega de novo, devagarinho enquanto escrevo. Anda persistente. Mas amanhã, sim amanhã. Ainda penso na meticulosa forma de esticar o pano e dispor os objectos a contento. Dos feirantes, pois claro. E quando emaranho a vida real e fico atabalhoada de todo já sei. Tempo de sossego e fechar os olhos para pensar melhor. Pois sou sucinta sim. Eu sei.