O que transportam e onde foi captada a fotografia? O desafio parece ser fácil. Apesar da legenda ser insuficiente, acertaram o Carlos Caria («chapéus» para descarregadores de peixe) e a Raquel (a cidade é Setúbal).
Acredito, mas a funcionalidade dos chapéus - habitualmente fabricados em zinco - era a protecção dos descarregadores de peixe, para evitar que as aguas das canastas e gigas, escorressem sobre os ombros e costas dos descarregadores. Quanto á imagem pela configuração da costa oposta e pelos molhes de atracação tudo indica Ribeira em Lisboa Abraço C Caria
De acordo com a legenda que acompanha a fotografia, a imagem foi captada em Setúbal e os chapéus servem para colocar peixe fiquei, portanto, com a ideia de que não se destinariam a suportar cargas sobre eles (somente a levar alguns peixes no interior), mas após ter lido as respostas de ambos, interrogo-me se faltará algum detalhe à legenda.
Também acabei por reparar nesse detalhe logo a seguir à sua chamada de atenção, Carlos. A observação é extensiva ao material em que os tais 'chapéus' são feitos, parece ser o zinco que refere.
Abraço
(extraído de um livro de título 'Portugal' com imagens de fotógrafos que fizeram escola, seleccionadas por regiões e datado de 1967)
Estes homens eram de facto descarregadores de peixe em Setúbal.
Transportavam à cabeça as gigas de peixe desde o barco até às fabricas.
O meu pai que na altura tinha uma fábrica em Setúbal, a Nacional, acabou um bocado com esta brutalidade. Os descarregadores passaram a transportar as gigas desde o barco até ao cais e a deixarem as gigas em camionetes.
Recordo-me que o meu pai foi bastante criticado por outros industriais, que acharam o investimento em camionetes, absolutamente desnecessário.
Para além de poupar o sacrificio dos descarregadores, o factor de rapidez de transporte do peixe para a fábrica, tinha vantagens.
Não me recordo do termo, mas existe uma canção do Cantador de Setúbal:
"Vi a nossa praça antiga / Com quarenta hortelonas / Da cidade e palmelonas / Muita velha e rapariga. / Cada qual na sua giga / Tinha o seu lugar marcado".
Penso que se a GIGA. Mas sem certezas.
O lenço que se usava por cima da cabeça tem o nome de rodilha e dava ao descarregador de peixe mais equilíbrio para transportar a canastra de peixe. Uma curiosidade interessante é o facto de todo o peixe que cai da canastra para dentro da aba do chapéu, visto o corpo balançar, seria pertencente do descarregador. (explicação recebida no Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal)
8 comentários:
Ribeira de Lisboa, com o olho de boi ( Cacilhas ) ao fundo, e são protectores de cabeça dos descarregadores de peixe .
Ab amizade
carlos Caria
De acordo com a legenda, as referências são diversas tanto no que se refere à cidade quanto à funcionalidade dos chapéus, caro Carlos Caria.
Abraço
eu conheci estes chapéus em Setubal e utilizados pelos descarregadores de peixe
Acredito, mas a funcionalidade dos chapéus - habitualmente fabricados em zinco - era a protecção dos descarregadores de peixe, para evitar que as aguas das canastas e gigas, escorressem sobre os ombros e costas dos descarregadores.
Quanto á imagem pela configuração da costa oposta e pelos molhes de atracação tudo indica Ribeira em Lisboa
Abraço
C Caria
De acordo com a legenda que acompanha a fotografia, a imagem foi captada em Setúbal e os chapéus servem para colocar peixe fiquei, portanto, com a ideia de que não se destinariam a suportar cargas sobre eles (somente a levar alguns peixes no interior), mas após ter lido as respostas de ambos, interrogo-me se faltará algum detalhe à legenda.
Também acabei por reparar nesse detalhe logo a seguir à sua chamada de atenção, Carlos. A observação é extensiva ao material em que os tais 'chapéus' são feitos, parece ser o zinco que refere.
Abraço
(extraído de um livro de título 'Portugal' com imagens de fotógrafos que fizeram escola, seleccionadas por regiões e datado de 1967)
Estes homens eram de facto descarregadores de peixe em Setúbal.
Transportavam à cabeça as gigas de peixe desde o barco até às fabricas.
O meu pai que na altura tinha uma fábrica em Setúbal, a Nacional, acabou um bocado com esta brutalidade. Os descarregadores passaram a transportar as gigas desde o barco até ao cais e a deixarem as gigas em camionetes.
Recordo-me que o meu pai foi bastante criticado por outros industriais, que acharam o investimento em camionetes, absolutamente desnecessário.
Para além de poupar o sacrificio dos descarregadores, o factor de rapidez de transporte do peixe para a fábrica, tinha vantagens.
Não me recordo do termo, mas existe uma canção do Cantador de Setúbal:
"Vi a nossa praça antiga / Com quarenta hortelonas / Da cidade e palmelonas / Muita velha e rapariga. / Cada qual na sua giga / Tinha o seu lugar marcado".
Penso que se a GIGA. Mas sem certezas.
O lenço que se usava por cima da cabeça tem o nome de rodilha e dava ao descarregador de peixe mais equilíbrio para transportar a canastra de peixe.
Uma curiosidade interessante é o facto de todo o peixe que cai da canastra para dentro da aba do chapéu, visto o corpo balançar, seria pertencente do descarregador.
(explicação recebida no Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal)
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