3 de março de 2010

COMEÇOS DE LIVROS






















Começo de "Aden-Arábia" de Paul Nizan:

"Eu tinha vinte anos e não permitia a ninguém que dissesse ser essa a mais bela idade da vida.
Tudo ameaça com a ruína um jovem: o amor, as ideias, a perda da família, o ingresso entre os grandes. É muito duro obter a sua parte no mundo."

5 comentários:

carlos disse...

este começo de livro é um livro.

se este livro (pelo mesnos esta edição que é a que tenho) tem um prefácio quase tão famoso como o livro, o seu começo é quase tão importante como todo o livro...

é 'o meu' começo de livros

T disse...

http://diasquevoam.blogspot.com/2006/05/eu-tinha-vinte-anos-e-no-permitia.html

gin-tonic disse...

Sim, Carlos, é um sacana de um livro, e um sacana de prefácio, "um dos mais belos textos de Sartre", lê-se na contra capa.
Quem os leu, chegados ao fim, já não eram os mesmos de quando os começaram a ler.
O aprender "da nossa radical impotência".
Que fazer?
“Estes homens sem importância levavam, longe de si, a força, a amizade, a esperança de que estava excluído. Nessa noite, Antoine pensava que era um homem da solidão. Um homem sem comunhão. A verdade da vida estava do lado daqueles que não tinham “vencido”. Esses não estão sós, pensou. Sabem para onde vão.”
Mas valeu a pena ter repetido o começo do livro. Por todas as razões e mais aquela que lhe permitiu ler o teu post datado de Maio de 2006, que desconhecia. Bonito post.
E deixa-lhe uma certa amargura o reparar que esse bonito post, não teve um comentário – um único que fosse...
“Disse-me: “Tu não estás com ar muito satisfeito.” Respondi-lhe: “Tu também não.”

T disse...

Teve comentários claro. Nós é que deixámos de ter esse sistema de alojamento de comentários, quando passámos para os comentários do blogger. Mas o que interessa permanece que é o belissimo post do Carlos:)

gin-tonic disse...

Não conhece esse Sr. “blogger” de parte alguma nem pretende conhecer. Lamento apenas que o sujeito limite o número de etiquetas e não deixe alojar comentários. Parece-lhe moço saído de uma qualquer juventude partidária, tão em moda nos dias que correm…
Considera os comentários a parte interessante de um blogue. Desde já adianta que se refere a troca decente de gostos e opiniões e não as javardices que, por vezes, aparecem, mas que não são norma nesta casa…
Como é tipo que não se recomenda a ninguém, não se preocupa muito que o que escreve venha a ser, ou não, leitores. Existe o gozo de ter pensado em algo, de ter lido, isto qualquer coisa e colocado por aqui, como noutros tempos encheu sebentas de palavreado que hoje lido se lhe afigura de um ridículo inqualificável, mas será um pouco como as cartas de amor do Pessoa.
Existe o gozo de ter perdido (?) horas, dias à procura de uma página, de uma frase. A escrita é, para ele, quem a escreve e a certeza que, pelo menos, tem um leitor: ele, que escreveu.
Mas reconhece que comentário é um estímulo, um saber que, algures, alguém, lhe leu as palavras. É por isso que quando gosta do que lê, deixa sempre uma palavra para que não exista ninguém que, por não ter comentários, abandone a escrita ou acabe com o blogue. Aqui, lembra-se sempre do Ruinzolas…
Claro que o Carlos, tanto quanto pode imaginar pouco lhe adiantará – com ele acontece o mesmo – se tem ou não comentários.
Mas não sabe muito bem porquê, irritou-se que aquele bonito post, ontem lido, a propósito do Paul Nizan, não tivesse comentários.
Sabe agora que teve e a tarde, necessariamente, correr-lhe-á melhor.
Admite que o que para aqui pôs lhe parece pouco claro… mas enfim…