18 de fevereiro de 2010
TIMOR: AINDA SE LEMBRAM?
Timor.
Como é que aquele povo fraco, sem armas, militarmente vencido em 1979, conseguiu impor-se a uma potência como a Indonésia?
O historiador José Mattoso confesou-se, então, atraído pelos milagres.
“Não digo só milagres, mas também por acontecimentos que são realmente extraordinários, e difíceis de explicar.”
Segundo dados da ONU, foram 180 mil os timorenses mortos durante 24 anos de ocupação.
Timor Lorosae permanece o país mais pobre do Sudeste Asiático e está a tornar-se cada vez mais pobre.
Uma amiga, em Bruxelas, recebeu, de Dili, este apelo:
"Estou em Timor a dar aulas na UNTL (Universidade Nacional de Timor
Leste) no âmbito de uma colaboração com a ESE do Porto.
Aquilo que vos venho pedir é o seguinte: livros. Não vou dar a grande
conversa que é para montar uma biblioteca ou seja o que for, porque
não é. O que se passa é o seguinte... não sei muito bem como funcionam
as instituições, nem fui mandatada para angariar seja o que for, mas o
que é certo é que sou (somos!) muitas vezes abordados na rua por
pessoas que desejariam aprender português mas não possuem um livro
sequer e vão pedindo, o que é muito bom.
O que é certo é que a minha biblioteca pessoal não suportaria tanta
pressão e nem eu, nos míseros 50 quilos a que tive direito na viagem,
pude trazer grande coisa para além dos livros de trabalho de que
necessito.
Para mandar os livros dirijam-se a uma estação dos CTT e mandarem uma encomenda tarifa económica para Timor (insistam porque nem todos os funcionários
conhecem este tarifário!) e mandam os livros por 2,49 euros. A
encomenda não pode exceder os 2 quilos para poder ser enviada por este
preço. Destino:
Joana Alves dos Santos
Embaixada de Portugal em Díli
Av. Presidente Nicolau Lobato
Edifício ACAIT
Díli - TIMOR LESTE
Mandem por favor livros de ficção, romances, novelas, ensaio, livros
infantis, etc.Evitem gramáticas e manuais escolares. Dicionários,
mesmo que um pouquinho desactualizados são bem vindos.
Espero que respondam ao meu apelo
Depois, passarei a andar sempre com um livro na mala para quando mo pedirem
Obrigado."
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Eu pensei e repensei nesse assunto, já recebi esse e-mail umas vinte vezes. Tenho aí uma série de livros para dar. Mas se é a Embaixada a centralizar, os serviços diplomáticos também deveriam organizar a recolha nacional, organizar os lotes excluir o que não presta e enviá-los para Timor. Se há tanto dinheiro público mal gasto, este não o seria.
Por isso não vou enviar.
A amiga que lhe enviou o apelo ressalvou alguns pontos que o levou, também, a pensar e repensar na situação.
O que dizes em relação ao dinheiro que se gasta por aí é uma verdade. Certamente que os bons vinhos, os bons queijos, os bons chouriços continuam a chegar regularmente è embaixada de Portugal em Dili. Mas livros são apenas livros.
Os dinheiros apurados nas campanhas de solidariedade que se fazem pelo mundo chegam às mãos dos realmente necessitados?
Coisas complicadas...
Ao critério de cada um fica o entendimento e o seguimento que queiram dar a este apelo de uma jovem professora em Timor.
Se é que tudo isto é uma verdade...
Gin-tonic,
Há pouco escrevinhei qualquer coisa por causa de um bilhete de eléctrico que não era capicua, e que não seria suposto dar sorte; todavia, sempre fui premiado com este seu post onde se pedem livros! Alguém, então, vai ter sorte afinal...
Agora, até me apetece dizer:
"Porreiro, pá!"
- Um cunhado meu que já 'deita' (?) 'cultura' pelos poros prefere coleccionar relógios arrumando-os no lugar dos 459 livros e não sei quantas mais revistas que eram pertença do pai, pretendendo botar tudo fora!!
Vou ficar com tudo, certificar-me da exactidão dos elementos que o Gin refere para proceder ao envio e, sem olhar a quem, vai melhor com este destino do que o 'digníssimo' caixote do lixo da Câmara de Lisboa!
Um dos ditos cujos, "O Diário de Bordo de Vasco da Gama" tem lá dentro manuscrito o seguinte:
" Meu muito amado Tesouro do meu saber, desejava-te encontrar se algum dia te perder..."
Alguma vez uma coisa destas, podia ir encher os bolsos dos empórios da reciclagem??
'Jamais'!
Por cá, por ora, só apreciam livralhada da treta, porcarias cor de rosa e outras sem cor definida!
Lá fora lhes darão melhor uso e mérito...!
Se insistirmos pensar e duvidar das intenções da solidariedade, morrerá tudo à míngua!
É dar..., sem olhar a quem...!
Um abraço Gin-tonic
César Ramos
Um bonito comentário, César Ramos.
Hoje só lhe acontecem coisas felizes. Será do tal bilhete?
Quanto ao cunhado é a velha história: a família acontece-nos, os amigos escolhem-se.
Um abraço
Enviar um comentário