22 de fevereiro de 2010

Chansons à boire

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Engarrafar o vinho era importante acontecimento para os nossos antepassados, sendo uma comemoração plena de alegria.
(Champignon sur Marne, 1898, Arquivo de Michel Sanglier. Agradecimentos: l'Intern@ute Magazine)

Não será o objectivo deste post um apelo desenfreado à bebida, mas sim ao aspecto convivial que leva amigos a reunirem-se em torno de uma bela garrafa de vinho: conversas animadas, alegrias, cantos (até os Barqueiros do Volga já entoámos no passado)…
Poderia referir os Goliardos, mas os excessos estragam os pequenos prazeres da vida quotidiana. Relembrei então uma infância em que, nas férias passadas entre praia e terras de lavoura, sentia o gosto de, com amigos da mesma idade, entrar no tanque da adega para pisar as uvas, poderíamos não contribuir muito para a tarefa, mas a experiência ficou viva até ao presente. O gosto de sentir os bagos a estalar sob os nossos pés era unicamente comparável ao de pisar montes de folhas secas no Outono (esse ainda irresistível quando não há transeuntes para não correr o risco de vir a ser ‘interditada’) ou o de inalar o cheiro dos cepos velhos retirados dos cestos de vindima a queimarem no fogo durante os longos serões de Inverno, na quinta do Carvalhal, para onde gostava de ir já em idade de - em fins-de-semana mais extensos - poder apanhar o comboio da linha do Oeste (sem ligações a westerns ou similares).
Por associação à imagem, invadiu-me a memória um curioso disco que os meus avós trouxeram após uma breve passagem por regiões vinícolas de França com o título «Chansons a boire». Encontrei um tema que me fez pensar não serem exclusivo do nosso Portugal os sucessos de venda rotulados , a partir de dada altura, como ‘pimba’, marco indissociável das nossas feiras e romarias de Verão.

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