4 de dezembro de 2009
A CIDADE É A EXPERIÊNCIA QUE DELA TEMOS
As solidões dos domingos…
Nas tardes de domingo, no no andar de cima do Mercado da Ribeira, em Lisboa,há matinées dançantes. Antevêm-se vestidos acaprichados, cabelos arranjados, cheiros a perfumes, água de colónia,fatos e graatas. Tal como deve ser uma matinée dançante
Cá fora, uma negra gorda, volta-se para o acompanhante, também negro, e diz: “um dia me leva aqui no baile”…
O companheiro fica a olhar, por uns momentos, a grande porta do Mercado da Ribeira. Ouve-se distintanamente o conjunto a atacar um velho bolero, mulher se podes tu com Deus falarA pergunta-lhe se alguma vez te deixei de adorar. O homem negro recomeça a andar, lentamente. Após uns breves instantes, ela segue-o.
Afastam-se, a música em fundo.
O escriba fica por ali parado, lamentando amargamente não ter a máquina fotográfica com ele. Para apanhar os dois negros, de costas, a afastarem-se para os lados do Jardim da Praça D. Luis, sacos de plástico nas mãos, cada um a administrar a sua solidão. Ele à frente, ela um pouco mais atrás… ainda sons de alguém a perguntar ao mar, espelho do coração, as vezes que o viu chorar a perfídia de um amor…
A menina dança?
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2 comentários:
Um interessante cenário, mais parece de ficção. A título pessoal, esta funcionalidade da Riberia é total novidade. Só conhecia o mercado de livros.
http://diasquevoam.blogspot.com/2009/01/conversa-da-mesa-do-lado.html
Risos. Por acaso nesse dia havia baile:)
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