27 de outubro de 2009

Selos do centenário do nascimento de Camilo e um texto

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Se Pessoa tivesse sido rico, com amigos e com família, bem instalado numa casa, em lugar de andar errante e de comer pessimamente, será que teria produzido a poesia, os heterónimos, a prosa e o pensamento que produziu?
Nós apenas sabemos o que aconteceu pois aquilo que teria acontecido nunca sabemos. Em História, apenas aquilo que sucedeu é passível de análise e de discussão e o que não sucedeu é uma fantasia e uma lição que nós podemos ter mas sem a certeza de ancorar em Terra.
O Camilozinho teve, por exemplo, por destino o ser obrigado a escrever e ele cumpriu esse destino, o destino de ter fome, o de ter dificuldades sociais, […] em quase todos os livros que escreveu, ele pairou acima do seu destino. […]
O nosso amigo Eça é um homem que nos aparece metido nas sarrafuscas dos estudantes de Coimbra, atrás de Antero, depois no “Distrito de Évora”, em que ele escreveu tanto, ainda como administrador do Concelho de Leiria.
Vai para Cuba, como diplomata, e aí passa, creio eu, a melhor página da sua vida com a defesa que faz dos chineses “importados” por Cuba através de Macau, para trabalharem nas plantações e que eram como se fossem escravos. E por cada chinês que entrava na ilha ele recebia um emolumento, portanto lutou contra o seu próprio interesse económico mas a favor da liberdade desses chineses, ganhando a batalha.

Victor Mendanha, Conversas com Agostinho da Silva

2 comentários:

Anónimo disse...

Prattie,

Pois estes: "Se... Se... Se..." dão voltas e voltas na imaginação fértil, mas o que é certo é que a vida condicionada a partir do lugar em "que" se nasce e "de quem" se nasce...

Se tivéssemos tido escolha antes de termos aterrado neste planeta... talvez eu tivesse decidido aluar...
:-)

teresa disse...

... eu aluar não diria, pois o verde acabava por fazer falta. O verde e este mar tão bonito:D