
Escreviam-me outro dia num e-mail a propósito da minha paixão crescente por revistas velhas:
"Encontro sempre as revistas mais atraentes do que os livros, porque espelham de maneira mais viva a actualidade da sua época e porque enquadram um espectro muito maior de interesses (...) alguém pode fazer um livro apaixonante extraindo textos das revistas e publicando-os sistematizados por gama de interesses"
Achei genial esta síntese, porque expressa muito bem o que sinto. Flutuo por décadas, escorrego nelas e esqueço-me por completo da actualidade a ler uma revistinha velha. Não tem a ver com o meu passado, porque a facilidade com que me desfaço de cartas, bilhetes, postais e tudo o mais que seja pessoal é notável.
Por isso tudo e por ter que comprar um presente de aniversário, percorri enteadiada a FNAC, não gosto das luzes, não gosto da disposição dos livros, ainda por cima encalhei num dia em todos compravam o Dan Brown e o sistema informático crashou. Dei de caras nesta compilação de entrevistas a escritores da Paris Review, revista norte-americana . Entre os entrevistados: Kerouac, Borges, Durrell, Capote, Hemingway , Greene e o resto vejam na capa. Parece-me interessante e o conceito é exactamente o do meu correspondente. Criar livros apaixonantes a partir da imprensa periódica. Confesso que o vou ler em diagonal antes de o entregar. Se me apaixonar. compro.