29 de outubro de 2009

e não se pode exterminá-los?

parece que não.
mas seria uma limpeza ética

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(foto da demolição 'gentilmente roubada' a 'cidadania queluz')

de acordo com a informação recebida através da
'cidadania queluz', a casa onde viveu stuart carvalhais foi demolida a semana passada.

será mais uma machadada na traça arquitectónica do eixo 'rua conde almeida araújo/avenida da república' com o parque ao meio.
da palacete no extremo sul, ao parque infantil no extremo norte, do cinema, às antigas vilas operárias em ruínas, aquele eixo histórico terá o mesmo fim que a avenida antónio enes:
a transformar o que poderia ser uma cidade com carácter, numa coisa disforme e feia.
mas se algumas casas, apenas pela importância arquitectónica deveriam ser preservadas numa cidade que tem muito pouco a preservar, a casa onde viveu stuart carvalhais tinha dupla importância: a arquitectónica e a cultural.
a culpa da demolição não pode ser assacada aos actuais proprietários que apenas compraram um espaço destinado a construção que, por acaso, lá tinha uma casa que teria que ser demolida.
a culpa é exclusivamente da presidência da câmara municipal de sintra e do seu sorridente presidente e do presidente da junta de freguesia de queluz.
quer a cãmara quer a junta tinham absoluta obrigação de adquirir a casa quando esta esteve em hasta pública!!!
não o terem feito é crime !!!
crime mesmo...
ambos aqueles sorridentes senhores mataram uma parte notável do património de queluz.
e ambos vão continuar sorridentes.
ambos deverão merecer o nosso mais profundo desprezo (mereciam outras coisas, mas fiquemos pelo desprezo...)

e não se pode exterminá-los?
parece que não...
estão que nem lapas agarrados ao poder...


6 comentários:

Luísa disse...

Maior desprezo merecem os que deram poder a tamanhos ignorantes. Porque antes de culpabilizar as crianças por fazer asneiras, nós recriminamos os pais que os deixaram fazer. Aqui não são pais... mas foram eleitores...
Era sem qualquer dúvida um belo edifício, que parecia ser capaz de aguentar um restauro (pois nem todos o aguentam, devido ao estado avançado de degradação). E apesar de NÃO CONCORDAR com a asneira, quem fez a asneira é que foi esperto. De certeza que ganharam com a porcaria que ali está...

gin-tonic disse...

É aqui que a nossa impotência se revela: não os poder exterminar!... apesar de eleitos democraticamente, blá´...blá...blá...
Para que não exista qualquer dúvida ou confusão, o escriba esclarece que "exterminar" é uma figura de retórica que o JOca aqui no café do bairro designa como ir lá, à camara e à junta e corrê-los a pontapé... democraticamente...

Lumar disse...

É um sentimento de impotência como diz «Gin», é uma imensa tristeza, é pensar que cidades que foram destruídas pela guerra se edificaram de novo, mantendo exactamente o mesmo traçado, os mesmos prédios, tentando manter os mesmos materiais, para o Passado poder continuar vivo. E nós, e os nossos políticos por nós, não aprendemos nada, destruímos alegremente numa ideia insana de progresso onde nada de nosso subsiste, onde nos perdemos um pouco em cada dia. É tudo isto e ainda uma enorme falta de respeito por quem foi grande e nos «viu» enquanto Povo, Stuart e tantos outros, e que nos ajudou a conhecer a nossa identidade distinta.
Lamentável!

luis tavares disse...

Já me insurgi publicamente, já vão uns anos, quando escrevia no Notícias da Amadora quando derrubaram parte do aqueduto da Gargantada, no extremo da Amadora com Queluz.
Foi também a casa do Stuart, como foi em Lisboa a casa do Garrett.

A memória...Somos um povo que não se faz respeitar, liderado por ignorantes!

carlos disse...

é triste quando tanto queluz como a amadora possuem tão pouco património edificado e os seus responsáveis o delapidam como se não existisse amanhã.

por exemplo os prédios no que agora é a rotunda da entrada da venda nova junto aos bombeiros...

transformaram tanto queluz como a amadora em locais pobres, feios e maus...

zoltrix disse...

Espantado fiquei ao saber agora de mais este crime!
Umas bestas esta gente! e não culpemos eleitores pois são ignorantes. é um dos defeitos desta dita democracia