
Há dias em que não se pode sair de casa.
Saiu pela tardinha com os olhos cheios de cascas de laranja embrulhadas em chocolate, que alguém, de Bruxelas enviara à Teresa. Regressa pelo findar da noite. Senta-se em frente desta geringonça, para ver como vão as modas, e fica a saber que amanhã, na TVI, não há o Jornal Nacional da Manuela Moura Guedes.
Conclui ligeiro: “ora aqui está um interessante acto de higiene.”
Só que, mais à frente, fica a saber que se chegou ao acto higiénico por caminhos a roçar o deplorável.
Paira uma enorme confusão para que diga o que quer que seja. Parece mesmo que ninguém se entende sobra a matéria. É melhor deixar que a poeira assente.
Não será isto que lhe vai tirar o sono, mas não gostaria de abandonar a prosa sem lembrar a batida frase do Voltaire, que fica sempre bem em ocasiões como esta: “Não concordo com uma única palavra do que diz, mas defenderei até à morte o seu direito de dizê-la”
2 comentários:
Juan Luis Cebrián Echarri
Ontem, em casa a trabalhar, perdi a conta a mails de colegas que, indignados, se referiam ao facto ou enviavam links para a notícia...
E dou comigo a pensar: como seria bom que cada um de nós só tivesse deixado de acreditar no pai Natal e no coelhinho da Páscoa:(
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