24 de julho de 2009

As nossas tradições

Valerá ainda a pena meia dúzia de outras notas, históricas umas e lendárias outras, sobre as adivinhas. Adivinhas que eventualmente poderiam salvar a vida aos estonianos quando condenados à morte. A questão é que decifrassem os enigmas. Adivinhas de que se serviu a rainha de Sabá para avaliar da popularizada sabedoria do rei Salomão. Então, embaixadores transportaram manuscritos de enigmas de uma a outra corte. No entanto, a quem não descobrir sequer dez por cento do aqui recolhido, firmemente declaro não passar a descrer da sua sabedoria!
Viale Moutinho, Adivinhas Populares Portuguesas
Numa época em que tendemos à indiferenciação e ciente de que, apesar disso, globalizar - como tudo o que faz parte do nosso quotidiano - não implica unicamente aspectos negativos, não pude deixar de reflectir um pouco sobre a vivência pessoal por trabalhar, em sala de aulas, a literatura de tradição oral: provérbios, adivinhas, lendas, contos populares e o apelativo romanceiro popular português que já aqui foi referido com o belo tema Donzela que vai à Guerra.
Por isso mesmo, deixo aqui 4 adivinhas com propostas de solução (duas imagens não correspondem às respostas) a fim de esperar as vossas sugestões...
Um convento bem fechado,
Que não tem sinos nem torres,
Com muitas freiras dentro
E todas fazendo doces.

Qual é o vegetal
Cujo nome,
Lido ao contrário,
É o nome de um animal?
Semente preta,
Terra mimosa;
Salta a semente,
Fica uma rosa.

Pela primeira risada
Que dei,
Perdi tudo quanto ganhei.

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E acertou a Vee: "cortiço", "zorra", "pulga" e "ouriço da castanha".


17 comentários:

Miss Vee disse...

A primeira é um cortiço :)

teresa disse...

Acertaste, Vee:)

Miss Vee disse...

E a última deve ser a castanha: assim que a cápsula de espinhos abre (parece que se está a rir), sai a castanha...

teresa disse...

E também está certo, considero as sugestões bastante expressivas em todas as adivinhas.

Miss Vee disse...

As duas do meio estão a intrigar-me... agora não vou conseguir desenvolver trabalho. LOL vou ficar sempre a pensar no que poderão ser! :)

Miss Vee disse...

Já descobri a da raposa velha ;)

teresa disse...

Uma delas é o termo em linguagem vicentina (mais utilizado em XVI do que nos nossos dias); quanto à outra, a cor da imagem pode confundir... mas não quero ser responsável pelo trabalho por fazer:D

teresa disse...

Que perspicácia! Muito bem:)

teresa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miss Vee disse...

Agora a da semente preta... E quanto ao trabalho, no problem. Ficar por fazer não fica. Vou é demorar mais um bocadinho :D

carlos disse...

a raposa fez-me lembrar a expressão que se usava quando alguém chumbava e se dizia que tinha levado para fazer uma samarra...

teresa disse...

É verdade, e caíu em desuso. O meu pai dizia-nos sempre que acabavam as férias : 'não quero cá raposas em casa' e agora os jovens não sabem o que isso significa:)

teresa disse...

E Vee, com tanta persistência, até já posso antecipar: 'yes, you can!':D

Miss Vee disse...

No, I can't.

teresa disse...

A little help: imagina o primeiro bicharoco as a black spot:P

Miss Vee disse...

A pulga? Fica a rosa por causa da vermelhidão/baba na pele?

teresa disse...

Exactamente, chamar-lhe 'rosa', enfim...