não muito mais velho que eu, que era ainda um puto.
depois das guerras surdas com norberto lopes e mário neves, então director e sub-director do jornal, no final de 1967, estes demitem-se e 'o lisboa' passa a ter o mais jovem director de jornal daquela época.
está bem que era filho do dono, mas a sua vontade de mudar (um pouco influenciado e entusiasmado pelo êxito do recentemente criado 'the sun' como o jornal que mais tinha crescido e ainda não transformado no pântano tabloide), leva-o à aventura pioneira da introdução do offset na imprensa diária.
durante alguns meses servi à mesa um dos técnicos ingleses ( ?) que estava a montar a enorme rotativa.
até 1970, quando deixei o bairro alto, com ele me cruzava nas escadas ou no meio da tipografia.
foi o começo duma aventura que o levou também a estar na fundação do expresso.
se no começo eu ouvia alguns comentários sobre o filho do dono da casa que não era jornalista e passou a director, cedo se mudou a agulha para um jornal que saía do caminho dos velhos republicanos (norberto lopes, mário neves, o editor 'sr. sá', ou o 'sr. quinhones' admnistrativo), para um novo jornal, identificado com uma nova oposição ao regime e com uma constelação de escritores e de jornalistas de primeira água naquele segundo andar onde funcionava a redacção.
mesmo que uma sua estrela em ascenção (lopes do souto) não fosse assim tão querida.
morreu o ruella ramos.
a imprensa portuguesa ficou muito mais pobre, mesmo que ele hoje estivesse afastado dos jornais.
morreu o ruella ramos.
a imprensa portuguesa ficou muito mais pobre, mesmo que ele hoje estivesse afastado dos jornais.
3 comentários:
Concordo, a imprensa portuguesa ficou muito mais pobre.
Para mim será essencialmente um nome ligado ao jornalismo (recordo uma ligação a Fernando Assis Pacheco, salvo erro foi casado com alguém da família). Ontem soube da notícia e, com pouco para referir (por ignorância), não toquei no assunto sob risco de o tornar em mero "obituário".
Simples e bonita homenagem a Ruela Ramos, um homem discreto mas que vivia o "Diário de Lisboa" de uma forma intensissima, a única maneira de se viver aquilo de que muito se gosta.
Sim, o Lopes do Souto, "o tenebroso Lopes do Souto", como lhe chamava o Mário Castrim, mas que foi importante para a modernização do jornal.
Tem pema, por agora, não falar um pouco mais do "Diário de Lisboa". Mas voltará.
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