20 de maio de 2009

anthony and the johnsons,

ou o meu regresso ao suave entardecer do porto

segunda feira foi-me uma espécie de regresso à excelente sensação do entardecer no porto por via do concerto de anthony e dos seus johnsons no coliseu.

anthony é um daqueles músicos com uma relação especial com portugal.
muito cedo os seus concertos começaram a esgotar, e nem a quantidade faz com que as salas fiquem menos cheias de um público que é cada vez mais variado e mais fiel.

o concerto do coliseu teve um começo estranho (to say the least..)
uma introdução longa no tempo, minimalista na forma, vazia no conteúdo.
recomendável para um próximo simpósio sobre a artrite reumatóide, na parte da apresentação de progressos aceitáveis resultante de algumas terapias experimentais.
aquilo que poderia ser uma performance de movimento sobre música não passou duma longe e entediante repetição da mesma ideia por 3 vezes sem um mínimo de resultados que não sejam o bocejo.

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antonhy parece aqueles excelentes jogadores de golfe que têm um handicap que os obriga a começar as provas com uma penalização adicional.
pareceu-me ser essa a única intenção daquela senhora a fazer uns estranhos movimentos com os braços e a mudar de indumentária no palco ao estilo balde de água em cima de parceiros sexuais mais excitados.
uma estranha forma de transpor para a música as técnicas do distanciamento no teatro.

a verdade é que se o anthony e os seus amigos johnsons partiram com um handicap de 4 pancadas, à segunda música já estavam com uma pancada abaixo do par...

her eyes are underneath the ground

e toda a cumplicidade com o público, a partilha de ideias (mais políticas ou mais pessoais) ou os diálogos com os que pedem músicas ao estilo 'eu sei a tua lista de canções de cor' a implorar que não lhe peçam canções que não tem preparadas, tornam os concertos de anthony um 'espaço' de relações directas entre o palco e a assistência.
um memorável concerto !

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