
no dia 9 de outubro de 1967, às 13h10 (20h10 de portugal), o sargento mário terán salazar (sim, eram homónimos), a mando do agente da cia félix ismael rodríguez mendigutía, que lhe transmitiu a ordem do ditador rené barrientos, disparou duas rajadas de metralhadora sobre ernesto guevara, que tinha sido ferido numa perna no dia anterior em uqebrada del yuoro.
do diálogo que travaram antes desses tiros não se tem a certeza. há relatos da época e relatos muito posteriores do homem que o matou. e outros relatos de algumas testemunhas, entre elas o fotógrafo, são contraditórios.
irrelevantes, para o caso.
irrelevante também o facto de eu não ser nunca ter sido guevarista e de lhe ter consideráveis divergências teóricas.
o que fica, passados mais de 40 anos, é um mito transversal a muitas ideologias, um icon de marketing politico ou comercial que serve para tudo e mais alguma coisa.
mas fundamentalmente ficou um exemplo de vida e de entrega à causa dos mais pobres.
interessante o facto de as duas mais famosas fotografias de ernesto guevara terem relação com a morte:
a foto que alberto korda fez durante o funeral de um combatente cubado (a que se transformou num icon) e a que o fotógrafo de serviço tirou, de pé em cima da mesa onde o cadáver de guevara jazia.
fotos que a morte tece...
interessante o facto de as duas mais famosas fotografias de ernesto guevara terem relação com a morte:
a foto que alberto korda fez durante o funeral de um combatente cubado (a que se transformou num icon) e a que o fotógrafo de serviço tirou, de pé em cima da mesa onde o cadáver de guevara jazia.
fotos que a morte tece...
3 comentários:
Mas mataram-no de facto?
"Muitos consideram-me um aventureiro e na verdade sou-o, mas de um tipo diferente,do tipo dos que arriscam a pele para provar o que dixem."
São várias as câmaras. Em pontos estratégicos focando diversos ângulos sem confundir ou deturpar a cena. Mais alguns quês.
O resultado é este, Carlos.
A máquina fotográfica não mente nem interpreta, esses atributos complicados são apanágio da mente humana a mesma que, sabemos, conta um conto e acrescenta um ponto.
Cumprem as fotos o papel que lhe quiserem dar, e que deram obviamente. Se fosse hoje talvez no lugar da foto estivesse um logótipo feito em photoshop para promover a imagem e alimentar o marketing.
O mito esse existiria sem a foto de Korda, porque as razões politicas que lhe deram origem prevaleceriam sempre.
Che Guevara preencheu um espaço no meu imaginário juvenil, hoje passados anos não me lembro qual, não devia ser importante, obviamente.
Ainda me lembro de chorar comovido e revoltado com o relato da sua morte interpretado por um seu amigo, Ricardo Rojo, relato escrito em cima do acontecimento (ai a propaganda...), guardo algures esse livro.
Actualmente mais sereno, como mandam as regras do envelhecimento, guardo em lugar de destaque uma crónica de Régis Debray escrita na (sua) língua mãe - o francês - sobre a "guerrilha do Che". Lúcido, esquerdista, marca o equilíbrio numa estante só com "um vietname".
Segundo parece o Che morreu como viveu pois, segundo os seus detractores, terá sentenciado e executado pessoalmente alguns dos seus inimigos, de uma forma semelhante àquela como viria a morrer. O meu interesse pela questão já tinha ele próprio falecido quando esta questão se levantou, não guardo opinião sobre ela.
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