2 de junho de 2008

o vale derradeiro e as lições de aproveitamentos

ninguém imagina que vale derradeiro seja o nome de uma terra densamente povoada.
não tendo o congnome de 'penico do mundo', coisa destinada a uma outra aldeia ali bem perto, vale derradeiro já tem nome que chegue.

creio que neste momento não terá nenhum habitante permanente.
conhecendo o terreno, o que me espanta é que alguma vez tenha tido. e admiro imensamente o esforço de quem, ao longo de séculos, foi escavando aquelas pedras e nelas tentou (e conseguiu de algum modo) plantar coisas.
mas isso sempre foi uma coisa que me espantou na serra do açor: com um clima perfeitamente adverso, um solo que apenas tem pedras (eu tenho que comprar terra para vasos, se quiser plantar alguma flor), raríssima água em mais de metade do ano como foi possível aquelas populações fixarem-se em tamanhos espaços?

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quando eu era pequeno e ia de férias a fajão, espantava-me que em casa da minha avó nada se deitava fora.
os restos das comidas eram separados, as cascas das batatas eram colocadas a secar para algum animal as comer, as embalagens todas recicladas em novas embalagens: a minha avó devia produzir menos lixo num ano que eu produzo (ou faço produzir) hoje num dia.

este espírito de aproveitamento ainda hoje se manifesta por aquelas áreas.

das casas (esta hoje em ruína) que poupam quase 3 paredes aproveitando a inclinação do terreno

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à loica sanitária transformada em vaso e aos velhos sofas transformados em banco de jardim público.

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o vale derradeiro pode ter nome de fim do mundo, mas seguramente a imaginação não se esgotou por aquelas paragens.

nem a vontade de tranformar pedras em terreno plantável.

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