na noite de 17 de setembro de 1971, 4 maduros vinham de casa de um amigo e depararam com a última novidade da 'paulo reis gil': os baldes do lixo presos em cordas desde as janelas para evitar que viessem á rua colocar o lixo e facilitar a içagem no dia seguinte.
depois de terem trocado umas dezenas de baldes de lixo das respectivas cordas, e porque começaram a sentir uma leve pressão na bexiga, decidem ir fazer a pré-inauguração desta placa:
o dia seguinte era o da visita do marcelo que, com pompa e circunstância, irir inaugurar a placa. como sempre acontecia naquele tempo, a visita do ditador dava direito a ocupação da vila pela pide.
os pides ocuparam a esquadra da polícia, no 44 na conde almeida araújo.
bem em frente da placa.
mas nem isso demoveu os 4 maduros que decidiram que a união entre as duas 'queluzes' deveria ser benzida com pura urina queluzense europeia.
e ali se colocaram em linha.
não a ver quem fazia mais longe, mas a ver quem fazia os desenhos mais bonitos.
na manhã seguinte já estaria seco o suficiente.
não sei se o cheiro seria bom porque não fomos lá para ver.
mas a verdade é que ninguém nos tirou o prazer daquele solene acto (um bocado irresponsável para a época, convenhamos)
31 de maio de 2007
Educação sexual
Ora aqui está serviço público.
Integrada no espírito do Dia Mundial da Criança, no próximo 1 de Junho, a RTP2 fará uma experiência para que chamamos a sua atenção.
Nesse dia, pelas 20h15m, será emitido na RTP2 um filme de 17 minutos sobre educação sexual, destinado a crianças entre os 8 e os 12 anos. Trata-se de um filme de animação, co-produzido por dinamarqueses e canadianos, concebido com o maior cuidado pedagógico.
Numa acção inédita, na véspera à noite, 31 de Maio, às 23h30m, a RTP2 promove uma edição especial do programa "Sociedade Civil" em que será mostrado o dito filme e debatida a sua adequação às necessidades e sensibilidades nacionais.
Esta "ante-estreia" destina-se a dar aos pais a possibilidade de visionar antecipadamente o filme e decidirem se a sua informação e linguagem conferem com o que gostariam de transmitir aos seus filhos na fase de vida em que se encontram.
Se, assistindo na véspera à sua ante-estreia e análise, os educadores entenderem que é prematuro expor as suas crianças a este produto ficam de sobre-aviso para que a televisão não esteja sintonizada na RTP2 dia 1 de Junho pelas 20h15.
Certos de que subscreverão este empenhamento da RTP2 em mobilizar os educadores portugueses para uma causa tão fundamental e delicada como esta e em dar-lhes a oportunidade de decidirem com a máxima informação o que entendem adequado para os seus filhos,
RTP 2
Nesse dia, pelas 20h15m, será emitido na RTP2 um filme de 17 minutos sobre educação sexual, destinado a crianças entre os 8 e os 12 anos. Trata-se de um filme de animação, co-produzido por dinamarqueses e canadianos, concebido com o maior cuidado pedagógico.
Numa acção inédita, na véspera à noite, 31 de Maio, às 23h30m, a RTP2 promove uma edição especial do programa "Sociedade Civil" em que será mostrado o dito filme e debatida a sua adequação às necessidades e sensibilidades nacionais.
Esta "ante-estreia" destina-se a dar aos pais a possibilidade de visionar antecipadamente o filme e decidirem se a sua informação e linguagem conferem com o que gostariam de transmitir aos seus filhos na fase de vida em que se encontram.
Se, assistindo na véspera à sua ante-estreia e análise, os educadores entenderem que é prematuro expor as suas crianças a este produto ficam de sobre-aviso para que a televisão não esteja sintonizada na RTP2 dia 1 de Junho pelas 20h15.
Certos de que subscreverão este empenhamento da RTP2 em mobilizar os educadores portugueses para uma causa tão fundamental e delicada como esta e em dar-lhes a oportunidade de decidirem com a máxima informação o que entendem adequado para os seus filhos,
RTP 2
As escolhas de ...
30 de maio de 2007
As praias...
Façam a fineza
Hoje fiz greve. Não por ser sindicalizada. Não por ser PCP (Deus me livre e proteja de tal coisa). Mas porque acredito,que temos que passar um cartão vermelho a quem manda e lembrá-los, que em em última análise, somos nós os seus mandantes.
A democracia é assim. Azares da vida. Se ninguém se sentir lesado ou incomodado, que sentido terá uma greve? Que peso político terá? Deveríamos fazer greve ao feriado?
Pelo dia de hoje, cada pessoa que exerceu esse direito, vai descontar parte do seu salário. Hoje fez-se greve para dizer chega a um governo que pretende limitar esta liberdade. Que pretende elaborar bases de dados com nomes dos refractários . Talvez se vasculharem na poeirada dos arquivos, encontrem registos de 1973. É que basta actualizar. Façam a fineza.
A democracia é assim. Azares da vida. Se ninguém se sentir lesado ou incomodado, que sentido terá uma greve? Que peso político terá? Deveríamos fazer greve ao feriado?
Pelo dia de hoje, cada pessoa que exerceu esse direito, vai descontar parte do seu salário. Hoje fez-se greve para dizer chega a um governo que pretende limitar esta liberdade. Que pretende elaborar bases de dados com nomes dos refractários . Talvez se vasculharem na poeirada dos arquivos, encontrem registos de 1973. É que basta actualizar. Façam a fineza.
A greve
Isto da greve é bom para quem faz greve.
Hoje demorei 2 horas a chegar ao trabalho. Acho bem estarem a lutar pelos direitos deles mas uma coisa é certa, não estão a lutar pelos meus. A greve de hoje não terá qualquer impacto positivo a médio ou longo prazo na minha carreira. A curto prazo teve um impacto negativo dado que cheguei atrasado ao trabalho.
Hoje demorei 2 horas a chegar ao trabalho. Acho bem estarem a lutar pelos direitos deles mas uma coisa é certa, não estão a lutar pelos meus. A greve de hoje não terá qualquer impacto positivo a médio ou longo prazo na minha carreira. A curto prazo teve um impacto negativo dado que cheguei atrasado ao trabalho.
A gorjeta
"Os franceses chamam-lhe pourboire, os espanhóis propina, os italianos mancia, os ingleses gratuity, e os alemães trinkgeld. Nós temos o malsoante termo de gorjeta, mas a verdade é que todos os povos lhe chamam um figo! Pagar uma conta é um gesto seco. Dar uma gorjeta é acrescentar amavelmente uma reticência metálica, que equivale a um sorriso. É passar o atestado, voluntário que se foi bem servido....(continua)
clicar na imagem, aumentar e ler o resto do texto.
Corvos, Leitão de Barros e João Abel Manta
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Corvos, Leitão de Barros e João Abel Manta
29 de maio de 2007
Palm Beach Club Cascais
Ouvi dizer...
...que algumas pessoas andaram por aí a fazer anos.
Tardios mas sinceros parabéns...
Se eu fosse mulher não gostava de me chamar Teresa. Porque toda a gente me chamaria Tresa.
Tardios mas sinceros parabéns...
Se eu fosse mulher não gostava de me chamar Teresa. Porque toda a gente me chamaria Tresa.
Boas tardes
No outro dia estava a pensar em colocar aqui um post sobre os dias de calor.
Só que, entretanto, veio a chuva. Resolvi pensar melhor e decidi colocar um post sobre os dias de chuva. Só que, entretanto, veio o calor. E antes que recomece a chover vou fazer um post sobre os dias de calor.
Post sobre os dias de calor:
"Xiça... que está um calor que até parece Verão."
Só que, entretanto, veio a chuva. Resolvi pensar melhor e decidi colocar um post sobre os dias de chuva. Só que, entretanto, veio o calor. E antes que recomece a chover vou fazer um post sobre os dias de calor.
Post sobre os dias de calor:
"Xiça... que está um calor que até parece Verão."
Tempus fugit...
28 de maio de 2007
Querida Tzinha
PARABÉNS!
Que a espuma dos Dias te banhe sempre doce e suave!
(preferencialmente c/o Joaquin a esfregar-te as costas ;-) )
E que continuemos a partilhar não só o dia, mas também todas as outras coisas boas que nos aproximam e nos fizeram ficar amigas!
Um beijo grande
Pequenos anúncios
ainda a propósito de stuart carvalhais
para queluz, stuart carvalhais é hoje pouco mais que uma escola em massamá norte onde se vai votar em dia de eleições.
curiosamente o mesmo acontece com o patrono de uma das outras escolas da terra, o padre alberto neto.
tive o prazer de conhecer os dois.
um, já adolescente, com algumas discussões sobre a religião e a luta pelas liberdades, o outro, enquanto puto, no caminho para a escola primária do palácio.
conheci o stuart quando ele já era um sombra do que foi.
já não o 'ruço de má pelo' que lhe chamava aquilino ribeiro, ou que lhe pedia 'uma espingardinha por alma da tua avó' na revolução de fevereiro e que aquilino retrata como o caricaturista rangel no 'arcanjo negro'.
era para mim um velho que se sentava no banco do 'parque', e que eu cumprimentava à passagem, como se fazia naqueles tempos em queluz onde toda a gente se conhecia.
mas sabia que era o autor do desenho do parque infantil, talvez a sua obra mais desconhecida.
ele morava a uns escassos 20 passos do banco onde se sentava. uma casa que representava os restos de quando queluz era um local onde alguma pequena burguesia com posses fazia as suas casas em busca de bons ares e frescura no verão.
uma 'alameda' singular: de um lado a avenida da república, do outro a rua do conde almeida araújo (ao que parece também ele convertido às ideias republicanas e 'construtor' do bairro chinelo para os pobres de queluz.
o stuart morava do lado do conde, uns metros abaixo do posto da polícia, o famoso n. 44.
quando stuart morreu eu tinha 9 anos.
soube disso muito mais tarde.
coincidiu deixar de o ver com o final da minha escola e o começo de trabalhar em lisboa.
soube da sua morte quando, nas minhas idas diárias ao 'diário de lisboa' consultava as coleções do 'sempre fixe' e disse a alguém da casa: 'conheço este tipo! mora lá em queluz'. 'conhecias', responderam-me. 'já morreu'.
ficou-me a memória daquele homem de olhar vivo e pose acabada de quem se contavam infinitas histórias das 'cadelas' que passeava pelas ruas na noite de queluz.
ali era mais famoso por isso do que pelos seus desenhos.
para mim, era o autor do desenho do parque infantil.
Parabéns Errezinha!
Neste dia.
Fértil de acontecimentos de todo o tipo.
Feliz algarismo a mais na idade!
Um grande abraço!
PARABÉNS T
27 de maio de 2007
Lisboa
Para o Sr Bic se roer de inveja!
Olhe o que eu comprei hoje!
Textos de Norberto Araújo e desenhos de Maria Keil do Amaral!
Digressões várias do Mestre sobre Lisboa, editado pelo Secretariado de Propaganda Nacional.
Custou dez euros na Feira do Livro:)
E melhor! Comprei o Inventário! Dois volumes. Por pudor vou omitir o preço, mas que se lixe, afinal vou fazer anos.
Os bemcasados
" Desde tempos antigos que os mal casados abundavam na capital. Houve tempos de tanto desaforo que se tornou mister estatuírem-se penas para tão maus procedimentos.
O assento da Câmara, cujas resoluções foram confirmadas por carta do Mestre de Aviz, dada em Santarém em 3 de Novembro de 1385, arbitou graves multas contra a barriguice dos casados mui proviço e mui usado em esta cidade, dizem os munícipes.
As penalidades eram estas: para homem casado que tivesse barregã, a multa de cinquenta libras, à primeira vez; à segunda, cem libras, e à terceira, privança na administração de todos os bens. Para a mulher 28 libras de multa pela primeira infracção, e, pela segunda, degredada com pregão na cidade e têrmo"
Gustavo Matos Sequeira, Depois do Terramoto, 1934
Nunca ninguém disse que a vida era para ser justa, mas podiam disfarçar um pouco melhor..Com pregão e tudo.Pobres mulheres.
O assento da Câmara, cujas resoluções foram confirmadas por carta do Mestre de Aviz, dada em Santarém em 3 de Novembro de 1385, arbitou graves multas contra a barriguice dos casados mui proviço e mui usado em esta cidade, dizem os munícipes.
As penalidades eram estas: para homem casado que tivesse barregã, a multa de cinquenta libras, à primeira vez; à segunda, cem libras, e à terceira, privança na administração de todos os bens. Para a mulher 28 libras de multa pela primeira infracção, e, pela segunda, degredada com pregão na cidade e têrmo"
Gustavo Matos Sequeira, Depois do Terramoto, 1934
Nunca ninguém disse que a vida era para ser justa, mas podiam disfarçar um pouco melhor..Com pregão e tudo.Pobres mulheres.
Rapadura ou rapadurinha. É doce e sabe a casa da avó. Porquê não sei.
Oferta de um amigo e vinda do Brasil.
Agora compete ao Carlos prosar sobre ela.
26 de maio de 2007
a propósito de amanhã...
por acaso até nem foi a propósito de amanhã que ontem fui até ao 'parque' de queluz tirar uma fotos.
mas o facto de lá ter ido ontem fez-me lembrar o jogo de amanhã.
e a casa de 'os belenenses' de queluz.
quando eu era puto havia 2 clubes em queluz: o atlético e o desportivo.
eu sempre fui do atlético.
por isso cresci a ver basquetebol e não futebol.
o desportivo era o clube de futebol.
o do campo que virou o 'bairro da estação nova'.
onde pontificou há muitos anos o guarda-redes cartuxo, que fazia ginástica enquanto esperava que a bola lhe chegasse ao pé.
muitos anos depois o desportivo juntou-se ao massamá e mudaram para o patético nome de 'real massamá'
o atlético continua fiel ao basquetebol, embora não ao seu equipamento de camisola branca com uma lista preta a meio do peito.
mas havia mais um terceiro clube em queluz:
o belenenses.
não esse de belém, mas a casa do belenenses de queluz.
quando era puto fazia-me confusão o belenenses ali.
com uma casa enorme no centro da terra.
por lá passava todos os dias a caminho da escola do palácio.
uma das razões porque sempre houve tantos adeptos do belenenses em queluz.
célebre uma noite em que o joão eduardo, o zé puto e um outro amigo decidem comemorar a vitória do seu clube no meio numa noite de cinema no piolho.
acabámos, uma fila inteira, no nº 44 do outro lado do parque, a tentar explicar à polícia que aquilo que tinha acontecido, afinal não teria acontecido.
o piolho já lá não está, mas a casa do belenenses ainda sobrevive.
mesmo que sejam cada vez menos as casas que a burguesia construiu em volta do parque na primeira metade século passado, e as poucas que lá sobrevivem estejam a cair aos bocados
obviamente que quero que amanhã o sporting ganhe.
mas a memória do joão, do zé e de muitos outros, de repente, fazem-me não ficar triste se isso não acontecer.
mas o facto de lá ter ido ontem fez-me lembrar o jogo de amanhã.
e a casa de 'os belenenses' de queluz.
quando eu era puto havia 2 clubes em queluz: o atlético e o desportivo.
eu sempre fui do atlético.
por isso cresci a ver basquetebol e não futebol.
o desportivo era o clube de futebol.
o do campo que virou o 'bairro da estação nova'.
onde pontificou há muitos anos o guarda-redes cartuxo, que fazia ginástica enquanto esperava que a bola lhe chegasse ao pé.
muitos anos depois o desportivo juntou-se ao massamá e mudaram para o patético nome de 'real massamá'
o atlético continua fiel ao basquetebol, embora não ao seu equipamento de camisola branca com uma lista preta a meio do peito.
mas havia mais um terceiro clube em queluz:
o belenenses.
não esse de belém, mas a casa do belenenses de queluz.
quando era puto fazia-me confusão o belenenses ali.
com uma casa enorme no centro da terra.
por lá passava todos os dias a caminho da escola do palácio.
uma das razões porque sempre houve tantos adeptos do belenenses em queluz.
célebre uma noite em que o joão eduardo, o zé puto e um outro amigo decidem comemorar a vitória do seu clube no meio numa noite de cinema no piolho.
acabámos, uma fila inteira, no nº 44 do outro lado do parque, a tentar explicar à polícia que aquilo que tinha acontecido, afinal não teria acontecido.
o piolho já lá não está, mas a casa do belenenses ainda sobrevive.
mesmo que sejam cada vez menos as casas que a burguesia construiu em volta do parque na primeira metade século passado, e as poucas que lá sobrevivem estejam a cair aos bocados
obviamente que quero que amanhã o sporting ganhe.
mas a memória do joão, do zé e de muitos outros, de repente, fazem-me não ficar triste se isso não acontecer.
Os abastecimentos desviados
Sempre conheci em Lisboa, nas zonas mais pobres as chamadas puxadas de electricidade. Roubava-se e rouba-se luz à companhia, do poste mais próximo ou ao vizinho mais ingénuo. Agora é a internet sem fios que permite umas borlazitas.
No século XVII era com a água. As histórias que Matos Sequeira repescou nas demandas e litígios entre Câmaras e particulares são bem interessantes. Muito peculiar e actual a história de mestre Guilherme.
"Em 1660, António Andrade de Gamboa, dono da quinta da Horta Navia, à ribeira de Alcântara, canalizara para uma horta, parte da água da fonte que ali havia e que desde tempos imemoriais estava de posse da Câmara. Bramaram contra a extorsão os moradores do sítio. Mandou-se-lhes repor a água. O Gamboa não obedeceu, sacrificando ao bem crescer das couves o seu sossego pessoal. Exasperou-se a Cãmara e tirou-lhe a água à força.(...)
Em 1671, um tal Domingos Monteiro, distraíu para dois poços que tinha numa horta aos Anjos, a água da fonte que ali se tinha descoberto., há pouco, por sinal de grande eficácia para os achaques da pedra.(...)
Para finalizar temos em 1714, a formidanda questão da bica dos Olhos de àgua, na rua Salvador Correia de Sá (depois calçada de S. João Nepomeceno e hoje rua Caetelo Branco Saraiva) cuja água vinha do monte de santa Catarina E o caso foi este:
Morava achegado à fonte, um cirurgião inglês de nome Guilherme, que por descobrir na linfa de Santa Catarina propriedades medicinais ou por pretender fazer fortuna com elas ou ambas as coisas, a canalizou para dentro da habitação , abastecendo um grande tanque onde tomava e dava banhos,
Queixaram-se os moradores do sítio da diminuição que padecia a água, primeiro a ele, que não fez caso, depois à Câmara. Esta interveio, notificou ao cirurgião que não impedisse a água e, como ele não obedecesse, foram lá os alveneís na intenção de escangalhar aquilo tudo. Resistiu ainda o inglês não com razões, mas com toda a sorte de impropérios e insultos, e os alvaneís retiraram deixando em paz Mestre Guilherme porque o enviado especial de Inglaterra ia lá tomar banhos com ele.
A Câmara teve que engolir em seco os palavrões do cirurgião para bem da diplomacia, mas logo que S Exª deixou de mergulhar no tanque do cirurgião, mandou dar cabo dele.
Ponto Final"
Gustavo Matos Sequeira, Depois do Terramoto, 1934
(Notas: adoro a palavra formidanda e conservei a grafia Caetelo mas que penso ser gralha no nome da rua)
No século XVII era com a água. As histórias que Matos Sequeira repescou nas demandas e litígios entre Câmaras e particulares são bem interessantes. Muito peculiar e actual a história de mestre Guilherme.
"Em 1660, António Andrade de Gamboa, dono da quinta da Horta Navia, à ribeira de Alcântara, canalizara para uma horta, parte da água da fonte que ali havia e que desde tempos imemoriais estava de posse da Câmara. Bramaram contra a extorsão os moradores do sítio. Mandou-se-lhes repor a água. O Gamboa não obedeceu, sacrificando ao bem crescer das couves o seu sossego pessoal. Exasperou-se a Cãmara e tirou-lhe a água à força.(...)
Em 1671, um tal Domingos Monteiro, distraíu para dois poços que tinha numa horta aos Anjos, a água da fonte que ali se tinha descoberto., há pouco, por sinal de grande eficácia para os achaques da pedra.(...)
Para finalizar temos em 1714, a formidanda questão da bica dos Olhos de àgua, na rua Salvador Correia de Sá (depois calçada de S. João Nepomeceno e hoje rua Caetelo Branco Saraiva) cuja água vinha do monte de santa Catarina E o caso foi este:
Morava achegado à fonte, um cirurgião inglês de nome Guilherme, que por descobrir na linfa de Santa Catarina propriedades medicinais ou por pretender fazer fortuna com elas ou ambas as coisas, a canalizou para dentro da habitação , abastecendo um grande tanque onde tomava e dava banhos,
Queixaram-se os moradores do sítio da diminuição que padecia a água, primeiro a ele, que não fez caso, depois à Câmara. Esta interveio, notificou ao cirurgião que não impedisse a água e, como ele não obedecesse, foram lá os alveneís na intenção de escangalhar aquilo tudo. Resistiu ainda o inglês não com razões, mas com toda a sorte de impropérios e insultos, e os alvaneís retiraram deixando em paz Mestre Guilherme porque o enviado especial de Inglaterra ia lá tomar banhos com ele.
A Câmara teve que engolir em seco os palavrões do cirurgião para bem da diplomacia, mas logo que S Exª deixou de mergulhar no tanque do cirurgião, mandou dar cabo dele.
Ponto Final"
Gustavo Matos Sequeira, Depois do Terramoto, 1934
(Notas: adoro a palavra formidanda e conservei a grafia Caetelo mas que penso ser gralha no nome da rua)
A galinha sem dentes
"No Livre des Ventes faites par Mr e Madame Dutoit des ouvrages de coutelarie lê-se: un instrument en acier à deus bouts pour netoyer les dents.
Seria esta peça a que o Inventário chamava pé de veado? (...)
Nos século XVI, cá em Portugal e Castela, limpavam-se os dentes com penas de galinhas, como se vê no noticioso Jorge Ferreira de Vasconcelos (Comédia Ulissipo).Fica assim prestada homenagem a esses antepassados da nossa comezinha escova de dentes"
Gustavo Matos Sequeira, Depois do Terramoto, 1934
Seria esta peça a que o Inventário chamava pé de veado? (...)
Nos século XVI, cá em Portugal e Castela, limpavam-se os dentes com penas de galinhas, como se vê no noticioso Jorge Ferreira de Vasconcelos (Comédia Ulissipo).Fica assim prestada homenagem a esses antepassados da nossa comezinha escova de dentes"
Gustavo Matos Sequeira, Depois do Terramoto, 1934
25 de maio de 2007
o alto do longo
o alto do longo era um dos locais que mais me atraíam nos anos 60, quando trabalhava no bairro alto.
muitas vezes, quando ia da rua da rosa para o principe real fazer a minha visita à pequeníssima biblioteca que funcionava num armário do jardim, fazia a nada prática diagonal da travessa do conde de soure para o jardim através do alto do longo. porque gostava muito daquele pequeno mundo onde ninguém de fora passava e já conhecia lá muita gente.
gostava daquele microcosmos. uma espécie de aldeia dentro do bairro alto, ao tempo tão diferente do que é hoje.
o alto do longo era uma espécie de condomínio fechado.
e administrado pelo seu habitante mais antigo.
era um respeitável senhor que tinha uma espécie de alfaiataria (?) numa loja da travessa dos inglesinhos.
era amigo do filho. bem mais velho que eu, mas que por vezes participava nos jogos de 'porta-a-porta', feitos com bolas de jornais bem amachucados dentro de meias de vidro sem conserto que pedíamos à senhora de trabalhava numa capelista/papelaria da travessa do poço da cidade e que tinha uma pequena máquina eléctrica para tratar das malhas caídas (que isto de deitar meias fora não se fazia que elas eram muito caras). esses jogos com as portas dos prédios como balizas e a rua da rosa como campo encheram muitas tardes de intervalo entre almoços e jantares.
falava eu do alto do longo e dessa particularidade de ter uma espécie de autoridade que dirimia todos os conflitos entre os moradores e a quem se recorria nas decisões importantes.
estas fotos são dos anos 60.
precisamente a época em que eu por lá andava.
este mês voltei lá.
já tem um acesso pelo pátio do tijolo e as casas estão quase todas recuperadas e até se vende pomposamente um 't0' com 20 m2.
nos anos 60 era uma barraca...
finesses, como diria aquele deputado do cds que agora fala francês.
muitas vezes, quando ia da rua da rosa para o principe real fazer a minha visita à pequeníssima biblioteca que funcionava num armário do jardim, fazia a nada prática diagonal da travessa do conde de soure para o jardim através do alto do longo. porque gostava muito daquele pequeno mundo onde ninguém de fora passava e já conhecia lá muita gente.
gostava daquele microcosmos. uma espécie de aldeia dentro do bairro alto, ao tempo tão diferente do que é hoje.
o alto do longo era uma espécie de condomínio fechado.
e administrado pelo seu habitante mais antigo.
era um respeitável senhor que tinha uma espécie de alfaiataria (?) numa loja da travessa dos inglesinhos.
era amigo do filho. bem mais velho que eu, mas que por vezes participava nos jogos de 'porta-a-porta', feitos com bolas de jornais bem amachucados dentro de meias de vidro sem conserto que pedíamos à senhora de trabalhava numa capelista/papelaria da travessa do poço da cidade e que tinha uma pequena máquina eléctrica para tratar das malhas caídas (que isto de deitar meias fora não se fazia que elas eram muito caras). esses jogos com as portas dos prédios como balizas e a rua da rosa como campo encheram muitas tardes de intervalo entre almoços e jantares.
falava eu do alto do longo e dessa particularidade de ter uma espécie de autoridade que dirimia todos os conflitos entre os moradores e a quem se recorria nas decisões importantes.
estas fotos são dos anos 60.
precisamente a época em que eu por lá andava.
este mês voltei lá.
já tem um acesso pelo pátio do tijolo e as casas estão quase todas recuperadas e até se vende pomposamente um 't0' com 20 m2.
nos anos 60 era uma barraca...
finesses, como diria aquele deputado do cds que agora fala francês.
SBSR
A organização do SuperBock SuperRock é idiota.
Além dos dias dos concertos serem em duas 3ªfeiras, 4ªfeira e 5ªfeira, o que é mau por si só, conseguiram superar-se na fasquia da estupidez ao iniciarem os concertos às 16h e 17h.
Nitidamente, qualquer pessoa que trabalhe não consegue assistir a várias bandas pelas quais pagou para ir ver.
Não consigo imaginar quais serão as razões para justificar estas opções...
Resumindo: Filhos de Pu.., Cabr... do caralh., etc
Além dos dias dos concertos serem em duas 3ªfeiras, 4ªfeira e 5ªfeira, o que é mau por si só, conseguiram superar-se na fasquia da estupidez ao iniciarem os concertos às 16h e 17h.
Nitidamente, qualquer pessoa que trabalhe não consegue assistir a várias bandas pelas quais pagou para ir ver.
Não consigo imaginar quais serão as razões para justificar estas opções...
Resumindo: Filhos de Pu.., Cabr... do caralh., etc
24 de maio de 2007
O fascínio pelas alturas- parte segunda
Tinha que acabar por falar nele. Nunca me canso de o ver, ali no alto, a cavalgar as nuvens à distância. Inspira respeito e dá-nos solidez, não fora um resistente ao sismo de 1755.
O Aqueduto das Águas Livres tem um comprimento de cerca de dezanove quilómetros, desde a casa da Água, no Rato, até ao Olival do Santíssimo em Caneças.
"Reinando D. João V o Maior dos Reis, o bem Publico de Portugal, foram introduzidas na cidade por aquedutos solidissimos que ham-de durar eternamente e que formam um giro de nove mil passos, águas saluberrimas, fazendo-se esta obra com toleravel despeza publica, e sincero aplauso de todos. Anno de 1748 da Era de Christo"
Em tempos existiu livre passagem pela galeria superior dos Arcos e os saloios de Belas e de Queluz utilizavam-na com frequência para vir para a cidade, como refere Matos Sequeira.
Mas começou a praga dos suicídios: em 1839 já tinham chegado a 76. Uns atribuíam estes actos a Diogo Alves, mas tal não passou de crença popular. Nada constava desses crimes nos processos judiciais.
Soluções?Claro, grades. Opção muito cara Afinal tratavam-se de 19 km... Sentinela? Só se fosse um batalhão. Soluções inviáveis.
O Aqueduto das Águas Livres tem um comprimento de cerca de dezanove quilómetros, desde a casa da Água, no Rato, até ao Olival do Santíssimo em Caneças.
"Reinando D. João V o Maior dos Reis, o bem Publico de Portugal, foram introduzidas na cidade por aquedutos solidissimos que ham-de durar eternamente e que formam um giro de nove mil passos, águas saluberrimas, fazendo-se esta obra com toleravel despeza publica, e sincero aplauso de todos. Anno de 1748 da Era de Christo"
Em tempos existiu livre passagem pela galeria superior dos Arcos e os saloios de Belas e de Queluz utilizavam-na com frequência para vir para a cidade, como refere Matos Sequeira.
Mas começou a praga dos suicídios: em 1839 já tinham chegado a 76. Uns atribuíam estes actos a Diogo Alves, mas tal não passou de crença popular. Nada constava desses crimes nos processos judiciais.
Soluções?Claro, grades. Opção muito cara Afinal tratavam-se de 19 km... Sentinela? Só se fosse um batalhão. Soluções inviáveis.
A resolução é optar pelo fecho das passagens com cancelas. A população do Calhariz e de Benfica revolta-se. A interdição vai e vem, mas a freguesia de São Sebastião da Pedreira também não quer corpos na área: definitavamente as galerias são encerradas em 1852.
Suicidem-se noutro lado qualquer se faz favor.
23 de maio de 2007
Bacalhau à Dona Zéza
Ontem a mãe da minha cunhada C, fez um bacalhau espectacular.
E amavelmente, providenciou a receita. Contou ela que nunca a viu escrita, que passou de mãe para filha, de geração em geração.
E reza assim: Para cada posta de bacalhau, cozer 4 batatas médias, cenouras e um ovo cozido. Depois de cozidos os ingredientes, passar tudo pelo passe vite e esfiapar o bacalhau de modo a formar uma pasta homogénea. Diz ela que dantes se usava este instrumento, próprio para fazer puré e que agora deixou de se ver. Eu ainda tenho este, da cozinha da minha mãe. Reserva-se .
Faz-se um refogado muito guloso de azeite, cebola e alho, a que depois de alouradinho,se adiciona um bocadinho de vinagre. Mistura-se o bacalhau, batatas , cenouras e ovos, adicionando-se muita salsa picadinha. Miam, miam.
Depois de tudo bem amalgamado e azeitado como Deus manda, vai ao forno uns 25 minutos, com pão ralado por cima. Quem quiser pode cobrir com queijo, quem gostar de picante acrescente piri-piri à mistura.
Fica óptimo com uma salada. Ontem comemo-la com molho verde. Estava bem boa. Obrigada Dona Zéza e cara C, agora vou comer este pratinho, que trouxe da festa de ontem.
O problema do fascínio pelas alturas
Apreciei sobremaneira a história do jardim de S. Pedro de Alcântara, que se chamava inicialmente Alameda ou Horta do Corpo de Policias, devido à proximidade da Guarda Real de Policia, instalada no Palácio Ludovice em 1830. Arborizaram, fizeram uns labirintos, prantaram a estátua do Eduardo Coelho com o ardina.
O gradeamento de ferro do jardim, veio do palácio da Inquisição no Rossio.Estava boa, foi aproveitada e substituiu o parapeito de alvenaria existente. Espero que não seja a mesma ainda.
Mas o resto do gradeamento tem uma história mais macabra e interessante. Os suicidas tinham um particular gosto por se mandarem muralha abaixo naquele local e os habitantes de S. José não adoravam a ideia. Zás, vem aí corpo, afastem-se.
Continuava este vaivém, entre os protestos da população contra a imprevidência camarária (coisa do costume): entre as polémicas do que diziam que a grade tirava a
amplitude da visrta panorâmica, outros que defendiam o encerramento da Alameda. Acabam por vedar ao público a entrada do jardim de baixo mas posteriormente a colocação duma grade nova soluciona a situação. Em 1864 estava o assunto tratado, tendo-se gasto 1626$700 reís.Deixou de existir sentinela para evitar suicídios. Deixaram de existir suicídios. Transferiram-se.
Corpos na nossa freguesia, não!
Post completamente inspirado no maravilhoso livro de Matos Sequeira que ando a ler. Imagens do Arquivo Municipal.
O Bairro da Liberdade
Dedicado à Dona Cruz, pois então, que chama as coisas pelos seus nomes reais e que se vai reformar daqui a uns dias.
"No Bairro da Liberdade, para lá de Campolide, à beira do aqueduto das Águas Livres, mora uma gente que dá gosto vê-la, de simples e honrada que é. A fantasia de quem nunca andou por aquele sítio, emprestou-lhe famas indevidas, tenebrosas, de miséria negra e de vileza turva, que não tem, é um bairro simpático, este bairro da Liberdade. É pitoresco. É amável. É bom"
Citava assim Gustavo Matos Sequeira ,o Diário de Notícias de 28/12/1931.
Acrescenta que lhe chamavam Bairro da Liberdade ou das Minhocas. Mas não concordava lá muito com o elogio enfático do DN. Dizia antes "desagrabílissimo cenário, um bairro simpático não pela beleza mas pela sua pobreza." Nem imaginava Matos Sequeira onde havíamos de chegar em termos de fealdade.
Conheço relativamente bem o Bairro da Liberdade. A solidariedade reindivicativa dos seus habitantes. As relações de vizinhança próximas e intervenientes. Mais de 70 anos depois. Conheço alguns deles, sem papas na língua, e com tendência a tratarem-me por Teresinha.
As realidades mudam: o valor do pobre mas honrado, da sardinha que sustentava uma família, do no poupar é que está o ganho. Tudo é mutável. O Bairro,do prazeiroso nome de Liberdade, fica.
"No Bairro da Liberdade, para lá de Campolide, à beira do aqueduto das Águas Livres, mora uma gente que dá gosto vê-la, de simples e honrada que é. A fantasia de quem nunca andou por aquele sítio, emprestou-lhe famas indevidas, tenebrosas, de miséria negra e de vileza turva, que não tem, é um bairro simpático, este bairro da Liberdade. É pitoresco. É amável. É bom"
Citava assim Gustavo Matos Sequeira ,o Diário de Notícias de 28/12/1931.
Acrescenta que lhe chamavam Bairro da Liberdade ou das Minhocas. Mas não concordava lá muito com o elogio enfático do DN. Dizia antes "desagrabílissimo cenário, um bairro simpático não pela beleza mas pela sua pobreza." Nem imaginava Matos Sequeira onde havíamos de chegar em termos de fealdade.
Conheço relativamente bem o Bairro da Liberdade. A solidariedade reindivicativa dos seus habitantes. As relações de vizinhança próximas e intervenientes. Mais de 70 anos depois. Conheço alguns deles, sem papas na língua, e com tendência a tratarem-me por Teresinha.
As realidades mudam: o valor do pobre mas honrado, da sardinha que sustentava uma família, do no poupar é que está o ganho. Tudo é mutável. O Bairro,do prazeiroso nome de Liberdade, fica.
22 de maio de 2007
O arco do Carvalhão
"Com este nome sonoro, Arco do Carvalhão, metia-se medo às crianças. Era uma espécie de papão nos meados do século XVIII. Di-lo o Coronel Francisco Coelho de Figueiredo.
O Carvalhão que deu nome ao arco do aqueduto e à estrada (hoje rua) que sob ele passa, é Sebastião José de Carvalho e Melo, grosso proprietário deste local.
Eram dele não só as terras que ficavam encravadas entre a Estrada de Campolide e a continuação da Rua das Amoreiras até à circunvalação, como também as que da rua do Arco descaíam para o vale de Alcantâra e as que dele ficavam para àquem."
Gustavo Matos Sequeira, Depois do Terramoto, 1934
Bucarofagia
A ler Matos Sequeira, pois claro.
Fala-nos ele da moda elegante nos séculos 17 e 18, de comer púcaros. As damas bebiam a água e depois comiam o púcaro. Diziam que o barro fazia bem à pele. E era conhecido o Romão das Olarias , que fazia púcaros de massa muito fina como a de "bolos".
Tais foram os excessos no consumo de barro, que houve que legislar àcerca....
A quantidade estipulada era de um púcaro por dia. Dizem que fazia bem à pele, tornava-a branca. Pelo excesso às vezes as damas tornavam-se amarelas, coitadas. O barro também era utilizado como contraceptivo. No quadro das meninas de Velazquez uma das damas estende à infanta um pucarito. Não era certamente só para dar de ber à dor...
O melhor barro era o português e o mexicano, mais saborosos e mais fáceis de mastigar.
Cada época, seus costumes.
para quem garante que nunca viu o clliper
ok... eu sei que, cientificamente não podemos garantir que o clipper foi visto por uma destas duas personagens, até porque está de costas (e mesmo de frente poderia estar com os olhos fechados),
mas garantir que nunca esteve lá ao pé.... isso não poderá voltar a afirmar.
esperemos que aquele que já se chamou 'ferreira' e era conhecido pela 'pequena camisola' rapidamente se ponha de pé.
afinal os símbolos podem não ter mais valor nenhum, mas são símbolos.
mas garantir que nunca esteve lá ao pé.... isso não poderá voltar a afirmar.
esperemos que aquele que já se chamou 'ferreira' e era conhecido pela 'pequena camisola' rapidamente se ponha de pé.
afinal os símbolos podem não ter mais valor nenhum, mas são símbolos.
21 de maio de 2007
20 de maio de 2007
Manecas
Hoje a ouvir a Paula Moura Pinheiro no Câmara Clara sobre o Hergé, João Paulo Cotrim em conversa com Miguel Portas, lembrou as aventuras do Manecas que até o Lenine foi conhecer ao país dos Sovietes. Antes mesmo do Tintin.
Eu pensei, pensei e zás...digitalizei duma Ilustração Portuguesa, que estava aí pousada a rir-se para mim.
No caso o Manecas, de Stuart Carvalhais o pai da banda desenhada portuguesa, vai conhecer os boches. Mas não se vai deixar enganar, não vai não.
Clicar na imagem para ampliar, pois claro!
Eu pensei, pensei e zás...digitalizei duma Ilustração Portuguesa, que estava aí pousada a rir-se para mim.
No caso o Manecas, de Stuart Carvalhais o pai da banda desenhada portuguesa, vai conhecer os boches. Mas não se vai deixar enganar, não vai não.
Clicar na imagem para ampliar, pois claro!
Depois do sismo de 1755
"Depois de 1755 desabou sobre o Rato uma avalanche de foragidos(...)
Diz-nos o Padre Portal, abençoadamente loquaz; que aqui se armou logo um mercado de hortaliças, frutas e todos os demais comestíveis, abriram-se dois açougues, lojas numerosas de todo o género de comércio, mercadores, capelistas, ourives, tudo em tendas e barracas improvisadas, estendendo-se pela Rua da Fábrica das Sedas fora, da cerca dos jesuítas até ao Noviciado (como quem diz do Chafariz do Rato até à Faculdade de Ciências) alastrando ainda até o campo da Cotovia (praça Rio de Janeiro). Era como que uma rua de acampamento. Pela actual rua do Sol acima, o mesmo. Chamavam-lhe então "estrada do Rato para a Boa Morte".
Aí chegaram a haver barracas luxuosas. A do Marquês de Louriçal era quase um palácio. Custara,dizia-se, trinta ou quarenta mil cruzados. A do Desembargo do Paço , feita de tabique, era toda pintada com grande asseio e perfeição e a da Mesa da Consciência era vasta, fabricada com bela ideia e de muito melhor cómodo do que tinha dantes. (...)
à miséria dos primeiros dias sucedera pouco a pouco uma estranha e nova erupção de luxo."
No meio de arrumações, descobri este volume IV de Matos Sequeira, Depois do Terramoto edição de 1934, de fascinante leitura. Nunca tinha pensado muito na vida dos acampamentos em Lisboa pós sismo de 1755. Sei que El-Rei nunca mais quis morar em edifício sem ser de madeira. Os abalos sucediam-se ainda e os penitentes penitenciavam-se. Mas do caos emergia uma nova cidade e os seus contornos. O Gustava Matos Sequeira é um maravilhoso contador de Lisboa. Bem haja!
19 de maio de 2007
O tio Afonso
Eis o tio Afonso!
Nesta foto, que guardo religiosamente, ele estava ao lado da senhora sua Mãe. Mas depois dos acontecimentos de S. Mamede (não, não é do S.Mamede ao Caldas), as fotos da dita senhora foram retiradas dos arquivos reais.Não fez nenhum mal, a senhora era mais feia que sei lá o quê... Aliás,pode ver-se que o tio Afonso também nada devia à beleza. Aproveito este falar de beleza, para dizer que, ao invés, eu sou bonito! ("Belezar" é falar de beleza, acabei de inventar um novo verbo. Se ainda fosse rei, ia já para os manuais escolares! Assim,fica só aqui entre nós.)
Já era bonito como rei, agora como plebeu, acho que estou ainda mais bonito. A roupa vulgar fica-me bem, mas sinto falta do manto diáfano.A cabeça sem coroa também tem que se lhe diga.Feito que fica o meu retrato, devo dizer a este blog dos dias quevoam, que parece que a minha pena de enforcamento através de machado de lâmina bem afiada, vai ser comutada para prisão perpétua para toda a vida.Como o tempo é o tempo, quem sabe ainda um dia eu voltarei a ocupar o trono que é meu!
Agora não me apetece escrever mais.Se esta prosa plebeia, pois real já não pode ser, for publicada no blog dos dias que voam, será uma honra para mim e também para o blog, pois poucos ou nenhuns devem ser os blogs onde um rei de verdade escreveu! Depois mostrarei aos guardas desta prisão (já quase todos amigos, excepto um que me parece que gosta de coiso e tal, o que vai contra os meus gostos, pois eu gosto mais de tal e coiso). Acho que eles irão gostar do que aqui escrevi.
Plebeu disse, ficou dito!
(Post que o Dom Plebeu acedeu a publicar no Dias)
Nesta foto, que guardo religiosamente, ele estava ao lado da senhora sua Mãe. Mas depois dos acontecimentos de S. Mamede (não, não é do S.Mamede ao Caldas), as fotos da dita senhora foram retiradas dos arquivos reais.Não fez nenhum mal, a senhora era mais feia que sei lá o quê... Aliás,pode ver-se que o tio Afonso também nada devia à beleza. Aproveito este falar de beleza, para dizer que, ao invés, eu sou bonito! ("Belezar" é falar de beleza, acabei de inventar um novo verbo. Se ainda fosse rei, ia já para os manuais escolares! Assim,fica só aqui entre nós.)
Já era bonito como rei, agora como plebeu, acho que estou ainda mais bonito. A roupa vulgar fica-me bem, mas sinto falta do manto diáfano.A cabeça sem coroa também tem que se lhe diga.Feito que fica o meu retrato, devo dizer a este blog dos dias quevoam, que parece que a minha pena de enforcamento através de machado de lâmina bem afiada, vai ser comutada para prisão perpétua para toda a vida.Como o tempo é o tempo, quem sabe ainda um dia eu voltarei a ocupar o trono que é meu!
Agora não me apetece escrever mais.Se esta prosa plebeia, pois real já não pode ser, for publicada no blog dos dias que voam, será uma honra para mim e também para o blog, pois poucos ou nenhuns devem ser os blogs onde um rei de verdade escreveu! Depois mostrarei aos guardas desta prisão (já quase todos amigos, excepto um que me parece que gosta de coiso e tal, o que vai contra os meus gostos, pois eu gosto mais de tal e coiso). Acho que eles irão gostar do que aqui escrevi.
Plebeu disse, ficou dito!
(Post que o Dom Plebeu acedeu a publicar no Dias)
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