…dois cães deitados. Meio acordados, ou meio a dormir, consoante a perspectiva, obrigam-me a ter cuidado com a posição dos pés para não os atropelar. De vez em quando sinto uma lambidela no tornozelo.
Trata-se de uma experiência muito nova. Cuidar de dois cães, grandotes e ligeiramente lunáticos (um deles, pelo menos). Inclui passeios à rua, lavagens à varanda, a presença omnipresente de pêlos em todos os pontos da casa e das pessoas (sim, também aí!). Sair de casa e vê-los de orelhas em baixo e ar desolado. Regressar e ser atacado furiosamente com lambidelas, abraços e patadas. Ouvir patas às três da manhã a fazer clic clic no verniz do soalho. E suspiros ou um ressonar baixinho. Debaixo da cama. Estar na casa de banho de porta encostada sabendo que daí a segundos se vai ouvir uma pancada seca na porta e aparecer uma cabeça a espreitar.
Um destes dias apresento-os capazmente, fotos e tudo. Até lá, limito-me a gozar o momento.
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