o palácio silva amado é uma daquelas jóias escondidas dos lisboetas, mas que não passa despercebido aos promotores imobiliários.
construído na segunda metade do século 18, num tempo de grandes e fáceis dinheiros, era riquíssimo em azulejos, madeiras e mobiliário.
com a venda ao estado em 1928, foi-se naturalmente degradando pela sua utilização pelo minustério da educação e também descaracterizando pela construção de um novo edifício em 1930, que em nada respeitava os volumes ou a arquitectura do edifício original.
no entanto, ainda assim, o conjunto, que ocupa o quarteirão limitado pela travessa do torel, rua julio andrade e campo mártires da pátria, é de elevadíssimo valor histórico e como tal classificado pelo ippar.
há pouco tempo foi comprado pelo grupo fibeira que se propunha construir um condomínio de luxo com 34 fogos e um rendimento de 19 milhões de euros.
o projecto foi apresentado no final do ano passado com pompa e circunstância: colaboração da fundação ricardo espírito santo para reconstrução dos azulejos, murais, pinturas e escadaria principal; colaboração com o ippar, etc.
estes dias aparece nova notícia: o grupo reyal urbis comprou o palácio silva amado por 20 milhões de euros para a construção de um hotel de luxo.
em menos de 1 ano, sem necessitar de fazer qualquer obra, a fibeira ganhou mais do que fazendo todas as obras e ter que vender todos os apartamentos.
o interessante nisto é que o grupo reyal urbis já era dono de metade do edifício, já que o grupo fibeira em parte é seu.
por metade pagou mais que o que era suposto rentabilizar com a comercialização de todo o espaço.
tudo isto em menos de um ano.
(a frente do campo dos mártires da pátria)
(a virgem da atalaia que saúda os que vêm do elevador do lavra e a frente para o jardim do torel)
(a frente da travessa do torel)
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