30 de janeiro de 2007

La Madeleine de Proust ou o óleo de figado de bacalhau

O post abaixo da T relembrou-me as minhas memórias de infância no Apolo 70. Lembro-me de lá ir com o meu pai à noite. Tinha uma loja de brinquedos que fazia as minhas delicias. Na cave havia uma loja de animais, se bem me recordo, com cachorrinhos de ar tristonho em gaiolas que me enchiam de pena.
Também lá ia com a minha mãe, provavelmente mais vezes, à farmácia depois das idas ao pediatra, que era na 5 de Outubro. Lembro-me de lá comprar óleo de figado de bacalhau com sabor a banana. Eu adorava aquele óleo de figado de bacalhau e não percebia as caretas que os adultos faziam à menção do dito óleo...

Mais tarde, ao longo dos anos 90, passava todos os dias lá à frente do Apolo 70. Nunca lhe liguei muito. Nem sequer o associava na altura às memórias de infância. Era apenas um entre muitos sítios em Lisboa sem particular apelo e menos apelativo por ser local de passagem diária.

Lendo o post da T e recordando o sítio, imagino que no fim dos anos 70 fosse um sítio muito prafrentex e excitante para quem tinha 20 anos. Para um miudo de 5 era apenas um local um pouco estranho com cães, brinquedos e a saber a óleo de figado de bacalhau com sabor a banana.

O sabor dos sítios, tal como o óleo de figado de bacalhau, depende das idades.

1 comentário:

T disse...

Óleo de fígado de bacalhau e uma boa escrita. Quando desistires da física escreve!