O Ministério da Saúde vai colocar um sistema de controlo da assiduidade, nos hospitais, através do reconhecimento da impressão digital na entrada e saída. Por mim, tudo bem, venha…e nem percebo todo o alarido que se anda a fazer.
Por um lado, estranho a súbita obsessão do Ministério, como se este fosse um problema exclusivo dos serviços de saúde e, mais que isso, um problema específico dos médicos, com se quer fazer passar. Acho que é, precisamente, nos serviços de saúde que a assiduidade é mais escrutinada pelo público e onde é, talvez, mais controlada. Mas é também onde a balda, que existe em todo os serviços públicos, é mais notada. E acho ridícula a presunção atribuída ao Ministro – no Expresso -de que os médicos faltam muitos porque os “parques de estacionamento dos clínicos estão sempre muito vazios”.
Por outro lado, a Ordem dos Médicos, ao berrar Vade Retro! dá, mais uma vez, uma fraca imagem. Não só é uma posição socialmente inaceitável, como faz incidir ainda mais o foco sobre a classe médica: no fundo, é assumir uma falta que, embora exista, nem é tão generalizada com se faz crer, nem é exclusiva dos malandros dos médicos.
Por fim, tenho para mim que o que verdadeiramente interessa é o controlo da produção e não o controlo da assiduidade. Pouco interessa ter um qualquer funcionário num hospital, das oito às cinco, se não atender nenhum doente, não fizer nenhum exame ou não arquivar quaquer documento.
A minha saga continua... e vai continuar por muito tempo, tenho a certeza. É que eu também sou teimoso, muito até dizem alguns, e já não me vou contentar com meias tintas ou meias vitórias. Agora, quero a sublime vitória ou a derrota total. Quero marcar o golo, de bicicleta, no último minuto ou sofrê-lo, com a mão, nos descontos. Quero duas orelhas, rabo e volta triunfal ou uma cornada na virilha.
Nada mais me interessa. Agora, é uma coisa de matar ou morrer!
Entretanto, reli as Memórias de Adriano e li o Cemitério de Pianos. Ontem fui ver o Apocalypto. Gostei de todos. Hoje apanhei folhas no jardim, com um ancinho!
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