7 de dezembro de 2006

o ovídio sobre a carina

era intenso o calor, passava do meio dia;
estava eu na minha cama repousando.
(...) eis que vem corina numa túnica ligeira,
os cabelos ocultando-lhe o alvo pescoço;
assim entrava na alcova a formosa semiramis,
dizem, e laís que amaram tantos homens.


tirei-lhe a túnica, mas sem empenho de vencer:
venceu-a, sem mágoa, a sua traição.
ficou em pé, sem roupa, ali diante dos meus olhos.
em seu corpo não havia um só defeito.
que ombros e que braços me foi dado ver, tocar!
os belos seios, que doce comprimi-los!
que ventre mais polido logo abaixo do peito!
que primor de ancas, que juvenil a coxa!
por que pormenorizar? nada vi não louvável,
e estreitei-lhe a nudez contra o meu corpo.
o resto, quem não sabe? exaustos, repousamos.
que outros meios-dias me sejam tão prósperos.


ovídio
'os amores'
v: 1-1, 9-26

(de notar que aquela 'laís que amaram tantos homens' já aqui foi falada por causa daquela excelente 'banda de gajas' flamenga com o mesmo nome... isto anda tudo ligado.. é o que é)

1 comentário:

Anónimo disse...

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