Estava a ler o Le Monde de hoje (intelectual francófila ,o tanas) e descobri um artigo bem interessante sobre um movimento anti consumo, publicidade e marcas que está a ganhar espaço de intervenção em França. Para quem o quiser ler está aqui o link.
Para quem se abstiver do assunto, esta leitura refrescou-me e lembrou-me dos tempos de militância ecológica. Agora o alvo é mais amplo, nomeadamente na defesa das crianças em relação às técnicas de marketing e publicidade. Muito concretamente no espaço da escola, pede-se a vigilância e denúncia dos pais em relação a possiveis abusos .(http://www.casseursdepub.org).
Se estivessem implantados em Portugal, muito teriam que fazer.
AFP in Le Monde de hoje
Se acredito que o marketing e a publicidade podem ser benéficos e servir de forma igualmente eficiente boas causas, estou certa porém que sabem produzir igualmente efeitos perversos e limitativos no que somos e no que queremos ser.A manipulação é sempre perigosa, sobretudo para os mais crentes e potencialmente frágeis.
Compreendo a militância destes grupos RAP (resistência à agressão publicitária), que atacam os placards e outdoors com tinta e frases de guerra, na velha tradição do Maio de 1968, e celebram missas da Igreja do Mui Santo Consumo. Este novo militantismo inspira-se num livro da Naomi Klein, No Logo, que pelos vistos arrasa com a tirania das marcas.
Estes movimentos passam dos mais dogmáticos e ascéticos aos mais contemporizadores. Em última análise , têm a vantagem de nos fazer reflectir sobre o que compramos e porquê. E se de facto é verdade que Portugal está em crise, não há recessão na feira de aparências social. Ou há?
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