É preciso ter talento artístico, é preciso. É necessário boa produção, boa divulgação, boas escolhas. Em Portugal, parece ser preciso as adequadas amizades. É necessário entronizar-se com os melhores, o artista rebelde está morto.
Mariza sabe cantar muito bem. E tem uma expressividade que vai muitíssimo para além do penteado: ela comunica pela voz, pelo rosto, pelo corpo. E fala bem, melhor e mais convincentemente que um político. (Também que na música é mais natural recorrer às emoções da plateia em momentos de discurso). A sua produção, divulgação, a “empresa” por trás do produto aparenta ser de grande qualidade.
E isto tudo deveria bastar para o sucesso.
Agora, qual seria o resultado se não fossem as adequadas amizades?
Desejo que fosse o mesmo. No entanto, eis a lista de convidados:
Fernando Pessoa (o vip dos vips)
Zeca Afonso (um camarada ao serviço de todos)
Carlos do Carmo (chatarrão prestigiado)
Paulo de Carvalho (a desproporção bizarra de nunca ter tido um disco de ouro)
Alexandre O'Neall (o prestígio é por vezes um estatuto póstumo)
Herman (...)
...
... e Mariza no fim, no meio, ao lado mas, para mim, antes de todos (na noite de ontem).
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