Tive uma infância muito traumática, por causa da minha família disfuncional.
Desde pequeno que me tentaram matar.
Penduraram-me na macieira.
Usaram-me como alvo para praticar a pontaria, nomeadamente com vegetais comestíveis (um molho de couves, eficientemente manejado é uma arma mortal!).
Envenenaram-me a ração, que eu partilhava com os dobermans.
Atiraram-me ao poço.
Mas eu resisti a tudo. Sou coriáceo.
Até que um dia me fartei e pus uma bomba na barraca. Morreram todos. Até os dobermans!
Foi lindo de se ver.
Felizmente, fui declarado inimputável, de maneira que nunca estive na prisão. E até gosto bastante dos estabelecimentos de saúde mental.
A sobremesa é sempre gelatina, doce que eu adoro.
O pior é a clientela. Aquilo é tudo maluco!
Às vezes dou o salto. Fujo de noite. Mas regresso sempre. É só para dar umas curvas, pôr umas bombas, enfim, divertir-me.
Sou feliz. E, com a medicação, sou quase inofensivo.
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