Num lugar da Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me, não há muito tempo vivia um fidalgo desses de lança no cabide, adarga antiga, rocim magro e galgo corredor...
Pois, resolvi passar a ser mais consequente como que digo e vou começar a ler D. Quixote de la Mancha... É obra, são mais de seissentas páginas mas, como vou passar uns belos tempos com um buraco no rabo, tenho como me entreter. Entretanto, e para tomar balanço, li hoje de enfiada Pessoas Como Nós - a esplanada da praia estava muito apelativa. E ainda não terminei o Zhair…
Estavamos nós neste santo remanso, todos contentinhos com a vitória do Glorioso, e logo nos cai em cima uma bomba destas: o déficit é de 6,83%. Reparem a gravidade, não é 6,81%... é, exactamente, 6,83%. E mesmo de seguida, sem tempo algum para respirar, lá são anunciados mais impostos.
Merda, digo eu…
Descobri que vou passar a ser taxado, em termos de IRS, no grupo dos muitos, muito ricos. Já estava no escalão máximo e, agora, passo para o novo escalão super-máximo: 42%. Sim, o meu agregado familiar tem um rendimento anual bruto superior a 60.000 €: uma grande fortuna!
Descobri que, por cada camisa que comprar, por cada serviço que pagar, por cada refeição que comer no restaurante, 1/5 do preço é imposto para o estado – o IVA. É, no meu modesto entender, uma imoralidade.
Descobri que se anunciaram muitas medidas para aumentar as receitas e poucas - todas meramente cosméticas – para diminuir as despesas. Qualquer pessoa habituada a gerir um reles orçamento familiar sabe que isto é uma rotunda parvoice.
Para finalizar: antes de analisar eventuais responsabilidades e erros cometidos, tenho uma quase certeza: existe muita mistificação na forma como estes números foram apresentados e na maneira como o agravamento dos impostos foi anunciada.
Amanhã, ou um dia destes, discorrerei sobre o tema... se me apetecer, é claro!
E lembrem-se, amanhã é dia de trabalho!
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