20 de abril de 2005

A empregada de restaurante que deixou de sorrir

Quando calha vou almoçar um restaurante, simples e vulgar, perto do sítio onde trabalho. Sou atendido por uma empregada brasileira, que embora eficiente, apresentava umas trombas maiores que um elefante africano.
Comentanto o facto com um colega, ele contou-me a história, que a própria lhe terá transmitido.
- Atendia um cliente, sorrindo (como será normal, digo eu) e o alarve, ter-lhe-á assim à queima roupa, tratado de procurar saber qual o preço "por uma voltinha".
- Levo o dobro da sua mãe - terá respondido.
Confusão - o gajo não tinha arcaboiço para encaixar uma daquelas - discussão.
Mas o incidente produziu um efeito: a empregada do restaurante nunca mais sorriu a nenhum cliente.
Parece estranho, mas quantos de nós, por tropeções da vida, levantamos os braços para proteger o rosto, sem pensar. São marcas do acto de viver. Tudo depende daquilo de que somos feitos. Mais borracha, ou mais vidro.

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