Foi uma semana produtiva. Vi “Big Fish”, de Tim Burton, e acabei “A ordem alfabética” de Juan José Millás. Comum a ambos, uma quase inexistente fronteira entre a realidade e a ficção. Com ambos ficamos na dúvida, como as personagens, sobre o que é preferível: enfrentar a realidade como ela é, ou criar o nosso mundo de fantasia para tornar a realidade mais suportável. A cada um a sua resposta privada.
Em Burton o herói luta contra a insignificância da vida. Em Millás, contra a solidão auto-imposta. Proponho um exercício:
1. Ler o livro de Millás.
2. Ver o filme de Burton.
3. Imaginar um diálogo entre os dois. O herói de Burton passa por Lisboa, a caminho de Paris, onde irá visitar o filho, a nora e o neto que nasceu. O herói de Millás está também em Lisboa, onde se deslocou para efectuar um trabalho sobre as televisões portuguesas. É uma quinta feira ensolarada, ao fim da tarde, em Setembro. Sentados em mesas contíguas num bar das docas, frente ao rio, reconhecem-se como estrangeiros, cumprimentam-se e falam. A conversa prolonga-se pelo jantar, no Martinho da Arcada.
De que falam?
10 de outubro de 2004
A realidade refocada
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