1.
o senhor ministro das obras públicas anunciou a semana passa com a pompa esperada pelo governo do brilho, da glória e da lantejoula, que as scut's passariam a ter as portagens pagas pelos seus utilizadores, naquilo a que chamam o princípio do utilizador-pagador.
gostava de avisar o senhor ministro que nos últimos anos não me tenho deslocado à av. almirante reis em bragança, à lourenço peixinho em aveiro, à av. da liberdade em braga, à rua de santo antónio em faro e imensos milhares de outras para as quais me recuso a pagar por não ser utilizador das ditas.
do mesmo modo me recuso a pagar para a estrada évora-beja que não utilizo há mais de 15 anos, a estrada fornos de algodres-guarda e mais 25 756 outras estradas nacionais ou municipais que não frequento.
nesse sentido, irei considerar esses montantes (calculados na base do preço médio das portagens de auto-estrada, rectificado pela largura de estrada facultada para utilização) como dedutíveis à colecta em sede de irs (gostava de saber porque se utiliza este absurdo linguístico do 'em sede de'...).
no entanto, verifico que o senhor ministro antónio mexia vai isentar do princípio do utilizador-pagador os residentes nas áreas de utilização (que eu achava que era quem utilizava frequentemente).
não sei se este senhor ministro (e o governo de que faz parte) tem alguma noção do que seja a igualdade de tratamento ou apenas está a utilizar o princípio do lobby-benefício.
estou lembrado do princípio da república da pera rocha (ainda vigente na a8) em que que os utilizadores não são pagadores (mas ganharam um secretário de estado).
(foi este mesmo senhor ministro que tendo acabado de sair de presidente de uma empresa pública, defendeu o fecho de uma das suas duas unidades fabris, esquecendo que aquela unidade era a única a produzir óleos lubrificantes, aditivos de substiruição de chumbo nas gasolinas sem o dito e a única a norte.... do rio sado. fecho esse que para além dos óbvios prejuizos para a empresa em questão, tornava todo o norte do país dependente de um pipeline rodoviário que além de extremamente perigoso seria altamente caro e poluente ou, em alternativa, dependente da galiza espanhola...adiante que os senhores sofrem de incontinência verbal e depois vêm dizer que afinal aquilo era apenas uma espécie de suponhamos...)
2.
o governo continua a defender o princípio do utilizador-pagador na saúde.
em toda a minha vida (que já é um pouco longa), nunca utilizei um hospital ou um centro de saúde.
quero o dinheiro dos meus impostos de volta. já !
as únicas vezes que me deslocoo aos hospitais, é para dar sangue. vou passar a vendê-lo.
quem o quiser utilizar, que o pague.
se o hospital vai cobrar pela sua utilização, eu quero a minha parte !
3.
o senhor antónio sousa pediu a demissão do cargo de administrador executivo da caixa geral de depósitos.
como tem apenas 49 anos e não se pode reformar recebeu na sua saída 615 000 a título de complemento de reforma (eu achava que as pessoas recebiam a sua reforma, para a qual descontam, na altura de ser reformarem). o dito senhor já tinha recebido no ano 2000 cerca de 340 000 euros como complemento de reforma retroactivo por ter trabalhado 7 anos em empresas públicas, citado de 'o público').
4.
o beato felix consta que se reformou igualmente aos 55 anos, antecipando-se a uma lei que ele próprio veio a limitar.
5.
os ex-ministros e ex-secretários de estados continuam a encher as administrações das empresas públicas que os governantes que os nomearam para lá acusam de despesismo, falta de produtividade, ineficácia e outros nomes sonantes.
6.
eu preciso de saber onde é a embaxada do burkina faso mais próxima.
preciso de emigrar.
este país não é um país.
é uma ferida infecta cheia de pús.
com lantejoulas e néons à volta
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