"Em relação a este post específico [A Diferença], se ele relata o que realmente acreditas, devias reflectir no assunto pois passa-se alguma coisa errada contigo."
Pois é. Eu de facto, na maioria das vezes, acredito no que escrevo e no que digo. Na minoria das vezes, defendo ideias contrárias às minhas porque é divertido fazer de advogado do diabo, porque às vezes isso faz parte da minha profissão e porque é um óptimo exercício intelectual (permite trabalhar a flexibilidade e a tonicidade de argumentação).
Agora se por ser de direita então passa-se alguma coisa errada comigo o melhor é ir a um médico que me cure dessa doença horrível que é ser de direita. Dessa forma, tornar-me-ei um feliz indivíduo de esquerda. Ou seja, tornar-me-ei um indivíduo que pensa o mesmo que a maioria que nunca pensou em nenhum assunto porque os assuntos já tinham sido pensados; que pensa bem de tudo o que seja favorável aos "coitadinhos"; que se sente feliz por fazer parte dos "coitadinhos"; que se diz revolucionário quando de facto não se pode, nos dias que correm, ser mais ortodoxo do que ao pertencer à esquerda.
Só vejo é um problema: é que a minha caminhada em direcção à direita começou pela esquerda e foi feita de pensamento próprio e crítico, de questionamento em relação a todas as verdadinhas que me ensinaram na escola (sobretudo em História e Economia). As minhas ideias acabaram por ser mesmo minhas: completamente diferentes de tudo o que já tinha assimilado, baseadas no meu raciocínio e em contradição com as interpretações ilegítimas e falaciosas que as pessoas mais velhas faziam da sua suposta grande sapiência de experiência feita.
Mas deste problema surge o remédio que o médico esquerdologista me dará a tomar: consiste em desligar o raciocínio e em acreditar e reassimilar todas as verdadinhas que nos afirmam para bem dos coitadinhos que não podem pagar as propinas tão elevadas (mas que chegam à faculdade de Volvo), dos coitadinhos que não podem pagar taxas moderadoras (mas pagam bons jantares e boas doses de álcool), dos coitadinhos que não podem pagar portagens, dos coitadinhos que se reformam antecipadamente da função pública porque uma vértebra defeituosa os impede de estar horas sentadas no escritório (mas não os impede de ilícitamente passarem a ter dois empregos no sector privado), etc., etc., etc..
p.s.: Oh Tiago: tu também achas que quem, por exemplo, defende os direitos dos homossexuais, ou que tem uma certa opinião em relação ao aborto, ou que é a favor destes ou dos outros na questão Israel-Palestiniana, ou que prefere este ou aquele partido Norte-Americano, é porque também se passa alguma coisa de errada consigo? É que eu gostava muito de saber quais é que são as opiniões saudáveis e quais é que são as patológicas. Afinal, qual é A Cartilha???
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