Vou obedecer ao tema proposto pela errezinha.
Primeiro e felizmente até aos 7 anos vivi uma vida isenta de compromissos. Brinquei que me fartei, dormia o que apetecia e fazia as asneiras habituais para a idade. Tinha a sorte de ter uma avó que tratava do jardim, logo mexia na terra e nas plantas, mas preferia o quintal onde havia bicharada. Outro dia ainda escandalizei uma amiga , que mora num condomínio de luxo, porque disse que ela tinha um quintal (era pegado à cozinha). Quase que me esganou porque era um jardim! Talvez tenha razão, mas para mim jardim é beleza pura e portanto ligado à parte de frente da casa e o quintal serventia, onde estão galinhas e hortas e isso, chegando-se a ele saindo pela cozinha:)
Esqueci-me da escola.
Um dia sem muitos avisos a minha mãe levou-me a comprar cadernos e um livro. Até aí não achei mal. Depois um dia acordou-me cedo, não me pôs um bibe mas uma bata e ala para a escola.
Achei tudo muito estranho. A escola como dizia a Lau, parecia imensa. Lembro-me de olhar para uma enorme escadaria e ver aqueles quadros com letras e mapas. Não estranhei os crucifixos, mas achei esquisitas as fotos dos senhores penduradas.
Era uma turma mista e muitos dos meus colegas eram filhos de pescadores. Tive a sorte de ter uma professora nova e simpática, que não aprovava canetas de tinta permanente. Expiei isso mais tarde em Coimbra, em que tive uma professora à moda antiga, a Dona Fernanda, que acabou logo com os modernismos todos.
Não me lembro do recreio da escola. lembro-me das saídas e da batalha com a minha mãe para ir sozinha para casa.Tinha vergonha que ela mandasse a empregada buscar-me. E era giro sair com os amigos e ver o bairro onde moravam.
Não sabia que a liberdade tinha acabado. Que nunca mais ia deixar de ter horários. Ainda agora que estou a fazer tempo para os senhores das obras virem ver a casa, sinto-me a não cumprir um dever..argh!
Beijos e bela sexta para todos.
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