11 de outubro de 2003

Mais reflexões

Aproveito para pedir desculpa por qualquer coisita que caia menos bem.
Quando assim for, não sou eu, é o meu outro eu, aquele que nem eu conheço muito bem. Sou assim desde há 3 anos, 7 meses e 18 dias. As horas não sei precisar, mas posso perguntar ao outro eu porque é ele que usa o relógio.
É difícil viver assim, muito difícil. Dilacera-me, parte-me ao meio, fico desconjuntado. Os meus dois eus são antagónicos, querem sempre seguir o caminho oposto, um o sol outro a lua, um o branco outro o negro, um a paz outro a guerra, um o amor outro o ódio, um quer nascer e o outro só morrer... mas já me habituei e até gosto, por vezes (poucas).
Assim desculpem-me qualquer coisita. Peso 84 kilos. Até sou simpático.

Dito isto, continuo as minhas reflexões.
Dei por mim a pensar nos dias que voam. Estava eu concentrado neste pensamento quando, de repente, descobri que os dias não voam! Nós é que voamos pelos dias. Voamos pelos dias e pelas coisas e pessoas que nele habitam. Voamos rápido pelos dias, naquela corrida louca em que estamos sempre a voltar ao ponto de partida. Voamos rápidos pelos dias à procura daquilo que nunca vamos encontrar, como diz o Zoe.
Estava eu concentrado neste pensamento quando, de repente, tomei mais uma decisão importante na minha vida: vou mudar de vida! Cabe-me aqui dizer que, nos últimos dois anos, já mudei muito a minha vida. Gosto muito dela mas agora ainda a vou mudar mais. Vou planar e aterrar nos dias calmos. Vou-me tornar pachorrento, ainda mais!

E vou continuar a aprender coisas. Tenho aprendido muitas coisas nos últimos tempos. Aprendi, por exemplo, a calcular as coordenadas de um ponto e colocá-las numa carta. Aprendi a importância do norte verdadeiro, do norte magnético e do norte da agulha, e a calcular declinações e desvios. E não pensem que isso é de somenos importância, que não é. É a diferença entre ir dar a um ancoradouro seguro ou ir bater nuns rochedos manhosos. Vou também navegar devagarinho nos dias calmos. Vou-me dedicar a tirar azimutes a tudo e a todos!

E que mais?
Hoje foi sexta e trabalhei até às sete.
Amanhã é sábado. Vou fazer qualquer coisa porreira com os miúdos. Vou ler o Expresso. Vou comer peixe assado por cinco heróis. Vou visitar um amigo e o resto logo se vê.
E vou continuar a passear pelos blogs. Gosto de ver a T de volta e das imagens da Maria. Mandei um mail ao Aviz, acerca da “liberdade” de fumar, e ele publicou-o! Nietzsche & Schopenhauer afinal são adeptos da bola e o Mata-Mouros cheira-me que é azeiteiro.

PP: Como tive bons resultados na resolução de um dos meus mistério, lanço outro (e aproveito o facto de andarem por aqui arqueólogos!).
Será que os Tartessos existiram de facto? (esta é fácil!). E existindo, terão formado uma civilização avançada na Península Ibérica de 900 AC? E porque terão desaparecido sem deixar rasto nenhum? E qual a relação deles com o mito da Atlântida?

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