9 de novembro de 2014

Amália

Original a lua-de-mel de Amália, na Ericeira em 1961...Acampada com a família e motorista e empregado.

8 de novembro de 2014

Teresa Torga

José Afonso fez dela uma canção. A história de uma mulher desesperada e triste que se despe na via pública em 1975. Dela encontrei já registo na revista Plateia e hoje volto a encontrá-la. Pergunto-me, o que lhe terá acontecido?
Mais aqui: "No DL, R.R. (Rogério Rodrigues) conta a história de uma mulher " de que não se conhecia o nome" , que ontem, às quatro da tarde fazia streap-tease enquanto dançava, ao centro do cruzamento da Avenida Miguel Bombarda com a Avenida 5 de Outubro.
"Visivelmente surpreendidos, alguns espectadores da cena, invulgar em ruas de Lisboa, dirigiram-se para a mulher no intento de a proteger das vistas de quem passava e de quem parava, persuadi-la a vestir-se e abandonar o local. No meio da confusão, surge o repórter António Capela, que começa a disparar. Os populares, indignados com o que consideram 'uma baixeza moral', investem sobre ele, insultam-no, empurram-no, agridem-no e só a intervenção do proprietário da drogaria vizinha impede que não lhe partam a máquina (...) Entretanto a mulher tinha sido levada para o limiar de um prédio com porteita à porta. Já vestida, olhava apática para as pessoas que a rodeavam. Dizem-me que se chamava Maria Teresa.'Não sou Maria. Não sou Teresa. Tenho muitos nomes'.Tinha os lábios encortiçados e recusava o copo de água que lhe ofereciam".
"Quem se despiu na via pública, ontem, às 4 da tarde?", interroga-se o jornalista, que passa a contar o percurso de vida, entretanto averiguado, de uma mulher de 41 anos, divorciada, sucessivamente actriz de revista, emigrante no Brasil, cantora de fado e que agora, no intervalo de tratamento no Júlio de Matos, "mudava discos no pick-up" de uma boite de Benfica.
Usava o nome de Teresa Torga " porque há um escritor que se chama assim" e ela gostava muito de ler, conta uma vizinha. A última vez que o repórter a viu seguia ela num carro da polícia para a esquadra do Matadouro.
in http://weber.blogs.sapo.pt/
No centro da Avenida
No cruzamento da rua
Às quatro em ponto perdida
Dançava uma mulher nua
(...) Dizem que se chama Teresa
Seu nome é Teresa Torga
Muda o pick-up em Benfica
Atura a malta da borga
Aluga quartos de casa
Mas já foi primeira estrela
Agora é modelo à força
Que o diga António Capela
T'resa Torga, T'resa Torga
Vencida numa fornalha
Não há bandeira sem luta
Não há luta sem batalha.
José Afonso, Teresa Torga
in álbum "Com as minhas tamanquinhas", 1976

22 de setembro de 2014

Enigma

Encontrei esta minúscula foto dentro dum livro antigo de geografia do início do século XX.
Não faço ideia de quem seja e o que representa. Alguém sabe?

13 de setembro de 2014

Fábrica do Inglês/Museu da Cortiça de Silves

Assinar pois então: 
Pela preservação da integridade da Fábrica do Inglês/Museu da Cortiça de Silves como valor cultural industrial/corticeira
Porque a nossa memória colectiva não está à venda! 
Porque os museus e o nosso património cultural não são mercadorias
Factos: 
1. O Museu da Cortiça de Silves, inaugurado em 1999, promoveu a reabilitação do espaço arquitectónico original de uma antiga fábrica de rolhas construída em 1894, também conhecida por Fábrica do Inglês. 
2. O projeto museológico, que incluía todo o espaço fabril, foi internacionalmente reconhecido com o prémio Luigi Micheletti para melhor museu industrial do ano em 2001. 
3. Entre 1999 e 2009, período em que permaneceu aberto, foi um dos mais visitados museus a nível nacional, contribuindo positivamente para a boa imagem da região algarvia e do país, numa área temática e económica -a da cortiça- que nos projeta internacionalmente e em que, justamente, reclamamos primazia. 
4. O Museu e a antiga fábrica em que se insere (agora imóvel de interesse municipal) estão desde 2009 encerrados na sequência do processo de insolvência da sociedade proprietária. Em 2014 este processo terminou em leilão público com a venda do imóvel “Fábrica do Inglês” à Caixa Geral de Depósitos e do espólio museológico (algum dele integrado no próprio edifício) a um grupo privado ligado ao ramo da distribuição alimentar, apesar dos esforços da Câmara Municipal de Silves em o adquirir. 

Considerando: 
- Que o atual proprietário não garante a manutenção (nem a pode garantir não sendo proprietário do imóvel) do espólio museológico no seu lugar de origem, podendo vir a ocorrer uma deslocação do mesmo que lhe retiraria a maior parte do seu valor patrimonial; 
- Que o Museu da Cortiça se constitui como um todo na fábrica em que se localiza, com parte do seu património integrado no edifício e por ele disperso, sendo, por isso, indissociável do espaço que atualmente ocupa; 
- Que este Museu surgiu da vontade de conservar um património local em vias de desaparecimento e em homenagem a uma cidade de importantíssimo passado industrial/corticeiro; foram, sublinhe-se, várias as doações feitas por cidadãos anónimos ao espólio museológico, confiantes na preservação que a instituição faria da memória dos seus antepassados; 
- Que a Assembleia da República, em várias ocasiões, manifestou a sua preocupação pelo destino deste importante património, designadamente através da aprovação unânime da Resolução n.º 129/2010. 
No momento em que Portugal – o maior produtor de cortiça a nível mundial – busca novas formas de promoção externa, parcerias e mercados com o objetivo de um significativo e sustentado desenvolvimento económico... 
Pretendemos: 
1.Que os senhores deputados da República manifestem junto dos atuais proprietários e dos membros do governo, nesta área competentes, a preocupação pelo destino e preservação deste importante património. 
2. Que os senhores deputados usem a sua influência enquanto órgão de soberania para apoiar a candidatura do espólio móvel e integrado do Museu da Cortiça a património de interesse público, processo atualmente em curso por iniciativa da Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial. 

Porque a nossa memória coletiva não está à venda! 
Porque os museus e o nosso património cultural não são mercadorias! 

Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial 
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=museucorticasilves 

13 de julho de 2014

But Beautiful

Um texto meu publicado noutro sítio, mas com ecos que aqui fazem sentido.


Meu caro H.,
Este despacho começou por ser uma diatribe contra a barbárie que tenta destruir o SNS, com um apelo à participação maciça na greve de Julho e ao combate em todas as frentes, tudo isto com banda sonora de Gil Scott-Heron - The revolution will not be televised, ou, numa versão para os mais novos, com Muse - Uprising. Deixei a marinar de ontem para hoje. E mandei tudo para o lixo virtual do computador. Decidi que hoje não me apetece, e tu não mereces, perder tempo com isto. Quando chegar o momento de lutar lá estaremos, na linha da frente.

É que, entretanto, acabei de ler um livrinho que já estava publicado desde 1991, ganhou um Somerset Maugham Book Award no ano seguinte e tornou-se livro de culto. Não o conhecia. Apanhei-o outro dia por acaso e marchou num ápice. O livro chama-se But Beautiful, foi escrito por Geoff Dyer, escritor e ensaísta inglês, e fala de jazz. Foi recentemente traduzido pela Quetzal com o título Mas é Bonito.

Este não é um livro comum. São pequenas histórias, ou que aconteceram ou que poderiam ter acontecido, parafraseando o Inimigo Público. Dyer pega em fotografias e textos e recria momentos ou períodos de vida de alguns dos maiores da história do jazz. A fazer a ligação entre histórias há uma viagem de automóvel através de um pedaço da América. Ao volante, Harry Carney. No lugar do morto vai Duke Ellington, a congeminar e rabiscar ideias musicais para novas peças.

Não te vou contar as histórias, claro, mas posso referir-te os nomes convocados. Lester Young, Thelonious Monk, Bud Powell, Ben Webster, Charles Mingus, Chet Baker, Art Pepper. Há outros nos bastidores, igualmente grandes.

Estas histórias não são simples nem fáceis. O fio condutor é o talento quase impossível dos retratados e o modo como esse talento sobressai das suas vidas, na maioria dos casos caóticas. Há de tudo: racismo, insultos, agressões, álcool de todas as proveniências, drogas de todos os géneros e feitios, violência, doença física, doença mental, prisão, electrochoques, tratamentos, reabilitações, recaídas. E há momentos de bondade, dedicação, voluntarismo, profissionalismo, rigor, improviso, tenacidade, apoio mútuo, enfim, da beleza de que fala o título. A música, essa, está lá sempre, seja numa carruagem de comboio, seja num apartamento minúsculo com o banco do piano a entrar pela cozinha, seja no pátio de uma penitenciária em que o som de um sax alto directo aos céus gera o silêncio total. Essa música, essa vocação, é mais forte que as circunstâncias envolventes. Mesmo quando tudo parece estar perdido os protagonistas ressurgem, e só a morte os cala - a doença quase incapacitante, que à maioria oblitera, a estes não o consegue fazer. Mingus em cadeira de rodas, Roland Kirk primeiro cego e depois hemiplégico, continuam a fazer música até ao fim. E os músicos de jazz tocam em sessões contínuas, noite após noite, sete noites por semana, sempre obrigados a reproduzir com fidelidade os temas e de improvisar sobre eles, fazendo algo que, sendo sempre igual, se torna sempre único - uma diferença que só os próprios e os que os ouvem compreendem.

O livro termina com um ensaio sobre jazz que o enquadra historicamente e reflecte sobre o seu futuro. Passados mais de vinte anos sobre a sua escrita o jazz continua vivo e recomendável, apesar da contínua produção de produtos de fancaria para vender às massas.

E só agora me apercebo de que, na verdade, nunca deixei de falar de nós e do SNS. Bem podem tentar destruí-lo, bem nos podem massacrar com horários impossíveis e tarefas impossíveis. O SNS pode estar ferido, depauperado, vítima de malnutrição e de atrocidades variadas. A verdade é que continua lindo. E vai resistir.

Até sempre e um abraço,
A.

(Banda sonora deste despacho: Billie Holiday - But Beautiful. Em complemento, versões de Stan Getz/Bill Evans ou de Art Pepper/Bill Cables/George Mraz/Elvin Jones). 



12 de julho de 2014

Dar e receber









Numa pequena rua de Lisboa, passando sem tempo,  tive de o encontrar, para vos dar esta foto. Alguém quis que assim fosse e ainda bem!

11 de julho de 2014

Nuno San Payo

"É um mau hábito emprestar livros. Não são menos nossos, menos pessoais, nem devem merecer-nos menos consideração do que uns sapatos ou um fato, antes pelo contrário e no entanto ninguém deixa andar as suas roupas ou os seus objectos de uso de mão em mão"
Extracto de um conto de Maria da Graça Freire, desenho de Nuno San Payo,Revista Panorama, 1957

5 de julho de 2014

Tílias e Sophia

“De repente ouvia-se uma voz: Onde está a Sophia? Não havia Sophia, mas o ar era fresco como se atravessássemos uma alameda de tílias.” Eugénio de Andrade Foto Correia dos Santos, 1968.

29 de abril de 2014

Artur Pastor


Não conhecia este fotógrafo, mas tenho vindo a descobri-lo e a admirá-lo

Documento PT/AMLSB/ART/000150;Arquivo Municipal de Lisboa

Caras

Já agora, na mesma reportagem de 1975, encontrei esta outra imagem...Uma das personalidades será fácil de adivinhar, outra talvez não.

28 de abril de 2014

6 de abril de 2014

A dama turca

Tropeço no livro num tabuleiro de preço fixo e módico. É encadernado lindamente e tem um papel suave. Quando o abro deparo com a dedicatória de Chaby Pinheiro a Lucília Simões e sorrio. Atravessaram o Atlântico numa tounée ao Brasil e eram os dois muito jovens. Terá havido romance? As fotografias da dama turca são deliciosas e o colorido acresce a sensação de livro proibido.

Nota: Morreu Jorge Fallorca que era um leitor e comentador atento deste blogue. A cultura portuguesa está mais pobre. Nós também. Até sempre Jorge.



5 de abril de 2014

A casa é sua

Porque aqui ainda é sexta. Porque está terminando. Porque é do Arnaldo Antunes, mas é também da Maria Bethânia. E sendo assim, é também de todos nós.

4 de março de 2014

O imbondeiro


Viajar através de fotografias é também viajar no tempo. Uma passagem por África, os inúmeros alunos, os passeios com as turmas pelo parque, em frente à escola, a terra vermelha, uma manada de elefantes que, de súbito, decide atravessar-se no asfalto, palavras incompreensíveis em línguas locais (como ensinar em Português?). Canções, jogos de ritmo, palmas a marcar cadências, muitos risos. Lembranças de uma cidade perdida, junto ao mar. A acentuar a distância, o isolamento, voos domésticos cancelados, dias a fio. Permanece na lembrança a árvore, testemunha silenciosa, quase perene.

3 de março de 2014

Alain o poeta da luz imperfeita

Alain Resnais
Naquele  tempo, havia um cinema que nos recebia sempre as dez da noite. Éramos todos iguais. Jovens, ávidos de vida, de emoções, de ídolos e de novas histórias. Nossa trilha sonora era comum e desigual. Era universal. Assim como os sonhos e as palavras. O cinema era nosso território de amores e revoluções. 

Nas noites de sexta à noite, nos juntávamos numa plateia de cinéfilos enebriados com a projeção da luz em movimento na tela grande. Em nossa frente desfilavam vilões e mocinhos. Música e poesia. Dor, aventura e paixão. O cinema era a música do nosso baile juvenil.  Nos fazia rir e chorar com a mesma velocidade. E alimentava horas a fio de discussões que expunham a nossa alma e a nossa pouca vivência. 

Numa dessas noites, conheci Alain Resnais e seu "Hiroshima mon amour". Uma beleza doída, nuclear. Uma beleza trágica. Uma poesia pós-bomba atômica. Um soco poético no estômago.


Os corpos dos amantes sobrevivendo à dor. Os corpos cheios de dor nuclear, nem sempre sobrevivendo ao calor real. O plano sequência que nunca mais esqueci, me levou pelas ruas de uma cidade destruída,  me mostrou as vísceras de uma civilização que inaugurava o horror moderno. De tudo,  quem sobreviveu foi persistência de um contador de história, um inversor da realidade, um conversor de tempos. Resnais, o mago do abstrato real.

Depois, um pouco mais tarde, tive certeza de que estive diante de um gênio do cinema. Um poeta que escrevia no passado e no presente, pra confundir, mais do que para esclarecer. Pra fazer mágica, em resumo. Alain Resnais, aos 91 anos de idade e mais inventivo do que nunca, nos deixou este sábado.



Sua obra está além do seu tempo. Nem presente, nem futuro. Talvez, um pretérito imperfeito, como em "O ano passado em Marienbad".



26 de fevereiro de 2014

O padeiro




24 de fevereiro de 2014

Ainda os figos...




17 de fevereiro de 2014

Novamente | as Varinas por Benoliel




16 de fevereiro de 2014

Como a Praia Grande se torna pequena


Mudança repentina na paisagem, domingo em que tudo se povoa de azul, com ondas gigantescas, de uma neve marítima (imagem que chega ao pensamento). A Praia Grande , quase sem areal, deixa entrever uma faixa de areia negra.

14 de fevereiro de 2014

Ora bem, não é só o Carlos que troca datas. Muitos PARABÉNS Armado! Tem dias felizes! Um abração.
Eu confesso. Troco as datas de aniversário com excessiva frequência. Parabéns Armando!!!
Muitos beijinhos e que tenhas tido um dia muito feliz.
Até amanhã:)

13 de fevereiro de 2014

A Varina




Dia de chuva na Baixa




O rapaz de Lisboa




Benoliel em reportagem




Joshua Benoliel

12 de fevereiro de 2014

Os moços de fretes




As Vendedoras de Figos

O leite Perigoso por Benoliel




7 de fevereiro de 2014

Publicidade

Assim era em 1917: as máquinas fotográficas e espartilhos vinham a par. Boa sexta-feira 

1 de fevereiro de 2014

Baixa e gaivota


Kung Hei Fat Choi! Bom Ano Novo Chinês!

Fotografia: Olho Mágico- Foto do dia

As lanternas vermelhas já estão acesas à porta e os lai-si (pequenos envelopes vermelhos com dinheiro e mensagens de bom ano) foram distribuídos. O Ano Novo Chinês é festejado com grande entusiasmo pelas culturas que acreditam que nestes dias devemos “agarrar” a sorte e os bons auspícios de modo a garantir um ano repleto de sucesso, abundância e realizações pessoais.

A lenda conta que, numa pequena aldeia chinesa vivia numa caverna um monstro de nome Nian, que uma vez por ano, saía à rua para se alimentar e devastar colheitas, deixando atrás de si um rasto de destruição. Assim, todos os anos na noite em que esse monstro vinha (a noite da passagem do ano) todos os habitantes fugiam para uma aldeia carregados de mantimentos.
Mas certo dia, a essa aldeia chegou um mendigo que decidiu que iria ficar e combater a besta Nian. Para o assustar trouxe fogos de artifício repletos de cores, o que deixou o monstro muito atordoado. Assim que descobriu que a cor vermelha o afastava, colocou vários rolos de papel de arroz tingidos de vermelho à porta para o afugentar.
E por fim, para garantir que Nian não voltava mais, ofereceu-lhe jiaozis (bolinhos pegajosos feitos de massa de arroz cozida no vapor), o que deixou a boca do monstro colada e sem conseguir mais atacar a população.
Quando os aldeões regressaram e encontraram a sua aldeia e colheitas intactas, decidiram que todos os anos naquele dia festejariam o Novo Ano (que em mandarim se diz Nian), colocariam à porta decorações vermelhas, comeriam jiaozis e a todos desejavam Kung Hei Fat Choi! (Bom Ano Novo Chinês).

 A passagem do ano simboliza também a entrada na Primavera, altura em que se começa o cultivo de arroz, e por isso é necessário garantir que esta passagem é auspiciosa e os campos terão abundância. Por isso também se chama ao Ano Novo Chinês o Festival da Primavera e os festejos duram cerca de 15 dias.
A cada novo ano festeja-se um novo animal do zodíaco. Isto porque há muito tempo, Buda convocou todos os animais do mundo para uma reunião, e decidiu, como gesto de gratidão, dar aos 12 que apareceram um ano que ficaria a seu cargo.

2014 é o Ano do Cavalo.
Desde sempre, o cavalo foi um animal que ajudou a construir civilizações, quer pela ajuda que foi em termos de transporte, guerra e como leal companheiro do homem.
Assim, prevê-se, para este Ano do Cavalo um ano de grandes transformações e é a altura de pôr em prática projectos e resoluções pessoais.

Em Lisboa pode festejar-se o Ano Novo Chinês até ao dia 6 de Fevereiro aqui .

28 de janeiro de 2014

Pete Seeger : "this train is bound for glory" (forever and ever)



Na adolescência, a minha amiga Paula ofereceu-me uma cassete BASF gravada em casa, uma das formas através das quais então ouvíamos música. De longa duração, continha todos – ou quase todos – os temas de Pete Seeger. Ouvi-a vezes sem conta, na impossibilidade de ter os discos. Foi sempre esta a melhor forma até hoje encontrada para, por conta própria, aprender inglês, a procura de sentidos presentes em grandes temas (a par dos de Woody Guthrie). Através deste método de aprendizagem (mais apelativo do que o escolar) deu-se a empolgante descoberta de todo um imaginário comum à canção folk e ao country: ouvi-las quase que fazia desfilar, como num cenário real, o verde das pradarias, viagens em comboios sem pressa de chegar; histórias de homens de caminhos de ferro cruéis, que bebiam o sangue em vez de vinho (a railroad man, will kill you if he can, he'll drink your blood and will drink it like wine) a par da despreocupação do amor fugaz (careless love) ; a cor negra de uns cabelos de alguém especial (black is the color of my true love's hair); as palavras de Luther King (we shall overcome), tornadas canto alargado de protesto contra a injustiça . Há cerca de um ano, fiquei surpreendida ao ter visto um postal escrito pela mão do próprio Pete Seeger ao Jorge, amigo de longa data -  tratava-se de uma resposta pessoal a uma carta que este meu vizinho lhe havia enviado, o músico tratava-o pelo primeiro nome e não era um texto estereotipado, referia-se mesmo a Sintra, à vida neste pequeno país. Fiquei a admirar ainda mais o músico, é assim que o tenciono recordar, caso a memória não pregue partidas: simples, vertical, a conduzir-nos através das pradarias americanas. E sim, o título do post é também para dizer que Guthrie (a par de Seeger) se mantém vivo no pensamento.

21 de janeiro de 2014

Um belo espaço

E ao ver a montra, deslumbro-me com os rótulos da Âncora.
Centro Antiquário do Alecrim 40-42


Alto

Lisboa do alto a ver a chuva.

28

A caminho, não resisti ao prazer de apanhar o 28.

Associações em dia de chuva


Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um como é. -Alberto Caeiro


Olho o dia que amanhece cinzento e , em liberdade verbal, associo “amanhecer” a manhoso… mesmo os versos do heterónimo do campo não convencem , “o poeta é um fingidor”… e começo, devagar, a pensar que só as algas gostam de tanta água.

19 de janeiro de 2014