4 de julho de 2011

o melhor de portugal está aqui





e o melhor de portugal são as nêsperas de espanha, a alperce de espanha, o pêssego de espanha.
( o côco é naturalmente da costa do marfim, mas o melão ali ao lado não é do ribatejo, nem as uvas que estavam mais abaixo, nem...)

nos últimos tempos iniciou-se uma campanha que é uma daquelas mistificações gigantescas só possível porque quem está na sua origem tem a cobertura de todos os que detêm o poder em portugal: do presidente da república aos meios de comunicação, passando pelos governantes.

a afirmação das grandes cadeias de retalho que afirma realizarem a maioria das suas compras a fornecedores nacionais é completamente falsa.
tal como foi falta a sua afirmação sobre a criação de mais postos de trabalho com a abertura total durante os domingos.
do ponto de vista fiscal, até podem comprar maioritariamente a fornecedores nacionais, com um nif português.
mas a verdade é que essas empresas têm a totalidade ou a esmagadora maioria da sua produção fora de portugal.
na realidade os produtos não são portugueses, como facilmente se pode comprovar pelo código de barras.
mas se nestes produtos se tem que confirmar pelo código de barras, nos frescos a verificação é mais fácil porque têm que indicar o local de pesca, de criação ou de cultivo.
um simples olhar pelas frutas dá-nos uma ideia clara onde estão situados os produtores nacionais:
em espanha, na américa latina, em áfrica...

o que nunca para de me surpreender é a lata com que continuam a fazer afirmações que sabem ser... metafóricas.... to say the least

5 comentários:

José Quintela Soares disse...

Com a enorme agravante de a qualidade de tudo isto ser bastante inferior ao belo aspecto...
Os nossos tradicionais e ,por vezes, fatídicos "brandos costumes" tudo suportam...
É urgente relembrar o português "560" do código de barras...Não custa nada.

Jorge Freitas Soares disse...

Não é de estranhar, esse supermercado é do mesmo senhor que foi para a RTP dizer que tinha funcionários que furtavam no emprego porque passavam fome ... a senhora jornalista não se lembrou de lhe perguntar se isso não seria porque ele lhes paga salários de miséria.

Jorge Soares

carlos disse...

socorrendo-me de um estudo sobre a questão dos roubos de josé manuel leal:

http://run.unl.pt/bitstream/10362/2636/1/TEGI0231.pdf

Ainda no que se refere à quebra de stocks, de acordo com o Barómetro Europeu de
Roubo na Grande Distribuição, maior estudo a nível mundial a ser efectuado sobre as
perdas por dano ou roubo e a segurança no retalho, as quebras na Grande Distribuição
totalizaram cerca de 1,31% da facturação em 2007. Em Portugal, perdeu-se um valor de
359 milhões de euros, pelo que se tornou o oitavo país mais afectado da Europa
Ocidental e a sua taxa é superada pela Áustria, Suiça e Alemanha (Jorge, 2008).
...
em Portugal, continuam a ser os clientes os 42
maiores responsáveis pelos furtos, seguidos dos empregados, erros internos e
fornecedores. Os produtos mais roubados são normalmente (por ordem): roupa de
senhora, perfumes e fragrâncias, roupa de grife e sapatos, lâminas de barbear,
cosméticos e produtos de cuidado da pele, bebidas alcoólicas, DVD's, roupa para
homem, jogos de computador e pequenos artigos de electrónica como laptops, leitores
de MP3, telemóveis e software

(como se verifica facilmente, não estão aqui roubos de feijão, arroz, massa, batatas, leite...)

Miguel Gil disse...

Duas notas:
1 - Percorrendo as estradas, mais pelo interior, verifica-se que existe uma enorme quantidade de fruta nas árvores, por ser colhida ou mesmo imensa caída, a apodrecer, no chão. Apeteceu mesmo 'chinchar', foi o que fiz!
2 - Ainda não consegui confirmar completamente, mas afirmaram-me que as grandes superfícies estão a fazer formação profissional, em local de trabalho, pelo período de três meses, tendo assim mão-de-obra a custo zero.

Carlos Caria disse...

Vocês são mesmos mauzinhos. E os homens a ver se não davam por eles.
Estão mesmo a estragar o negócio aos malandros.