7 de setembro de 2010

Viagens «à terra»

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A crónica de Carlos Pinhão divulgada pela T trouxe sorrisos… fica-se a pensar que falta divagar acerca do “movimento contrário”, ou seja, reflectir sobre aqueles que, nascidos em Lisboa (não pela assistência hospitalar, mas por lá terem vivido os primeiros anos de infância até sonharem com saltar muros e subir árvores com toda a cumplicidade materna e paterna), fugiram para locais não muito distantes genericamente desginados por «campo»… E começa-se a imaginar que nas diversas deslocações à cidade, por motivos de trabalho ou de lazer, se passará a dizer casualmente a amigos e familiares «vou à terra» ao invés de explicar que a ideia é ir até à faculdade (na própria freguesia onde se nasceu) ou espreitar as novidades nos palcos da Praça de Espanha…
Para reforçar a ideia, fica um recente “retalho campestre”. Recém-chegada de uma das inumeráveis “runiões” (algumas mais úteis do que outras), tropeça-se num visitante inesperado… A cadela, prestes a trazer à luz do dia uma promissora ninhada, ladra em incontroláveis agitações (quando se deveria sentir calma para o “ importante momento”). Como terá entrado tal espécie avícola, existindo vedação e um portão de dimensões razoáveis? Deve ser exímio voador… E gosta de se exibir para a fotografia... Já não chegavam as perdizes que, em excursão, se passeiam pela relva (para desgosto materno que, ao saber da ousadia, as visualiza estufadas e de pele estaladiça acompanhadas de um perfumado puré de maçã), ou os coelhos a destruírem a horta (o mocho que à noite se hospeda no muro da entrada não incomoda, dado ser visitante civilizado)… Ainda bem que “este campo” não se situa no continente africano!

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