Espáduas brancas palpitantes: asas no exílio dum corpo. Os braços calhas cintilantes para o comboio da alma. E os olhos emigrantes no navio da pálpebra encalhado em renúncia ou cobardia. Por vezes fêmea. Por vezes monja. Conforme a noite. Conforme o dia. Molusco. Esponja embebida num filtro de magia. Aranha de ouro presa na teia dos seus ardis. E aos pés um coração de louça quebrado em jogos infantis.
In Poesia Completa. Lisboa. Dom Quixote, 2000, 2ª ed, p.72
13 comentários:
Parece-me a Natália Correia.
E parece bem, porque é ela.
Quem pintou?
... estará no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian?... é que ficou uma dúvida a pairar...
Como eram muito amigas terá sido Maluda?
Eram, de facto, muito amigas, mas não foi Maluda a autora.
Este pescoço diz-me algo.
Que lhe diz o pescoço, T?
:))
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
In Poesia Completa. Lisboa. Dom Quixote, 2000, 2ª ed, p.72
Muito bonito, "divagarde".
Obrigado.
Dórdio?
Dórdio era forte candidato, mas não foi ele, T.
Olho para o comentário de "divagarde"...e "está lá" a resposta certa.
Auto Retrato?
Exactamente, T.
"divagarde" acertou.
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