18 de janeiro de 2010

COISAS DO SÓTÃO

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Palavras de Roger Vailland sobre “325 000 Francos", colocadas nos seus “Escritos Íntimos:
“325 000 francos, o melhor dos meus romances, autêntico sonho, sonho verdadeiro, uma verdadeira história que pode ser interpretada totalmente por Freud, por Marx e ainda por muitos outros, tem todas as faces possíveis da realidade”.
Sem dúvida um belíssimo romance.
Voltamos às folhas do “Conselho de Leitura” da Gulbenkina, já referidas na última visita ao sótão.
É o escritor Domingos Monteiro quem se encarregou da opinião sobre este livro de Vailland e considera-o “Não Aceitável”.
Vejamos como:

“Género: romance
Valor: regular
Acessibilidade: fácil
Idade leitores: Mais de 21 anos
Não aceitável: este livro não obstante a reputação do Autor – Prémio Goncourt – não é aceitável por ser um livro deprimente e pessimista, em que a condição humana é constantemente rebaixada, pelas suas atitudes quase sempre discriminatórias quase sempre determinadas pelos interesses menos confessáveis e mais vis. Mérito literário discutível”.

Já aqui disse do quanto Roger Vailland contribuiu para a sua formação, obviamente de esquerda.
Sente que o que tinha a dizer sobre esta opinião de Domingos Monteiro o levaria longe e, possivelmente, constituiria uma maçada para os viajantes dos “Dias Que Voam” e porventura talvez lhe faltassem as unhas para tocar tal guitarra.
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Dizer apenas que Domingos Monteiro tentou sempre, sem o conseguir, estar bem com Deus e com o Diabo. Ou seja com as gentes do SNI e os escritores e artistas posicionados contra o regime. Deu-se melhor com o SNI, recebeu prémios e outras benesses. As gentes da esquerda, por delicadeza, quando ele aparecia pelas tertúlias dos cafés, apenas o cumprimentavam. E nem todos!

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