"Ficou célebre uma gralha do Boletim Oficial no tempo de D. Maria II. O Diário do Governo daquele tempo, referindo-se à soberana, publicara Tainha em vez de Rainha. Gralha de tal natureza, e dada a categoria de quem dela fora vítima, justificava rectificação. E ela foi dada no dia seguinte.
Simplesmente, em vez de Rainha , como deveria ser para anular a gralha do dia anterior, saiu Bainha. A emenda fora pior do que o soneto, como soí dizer-se. E não se fez nova rectificação, não fosse acontecer ainda pior! "
Tomé Vieira , Do jornalismo de ontem ao jornalismo de hoje,Revista Panorama 1961
2 comentários:
Há outra pior, T.
Julgo que foi publicada na Gazeta do Rio de Janeiro. Um príncipe estrangeiro desembarcou na cidade, tinha sofrido havia pouco tempo um acidente, desmbarcou de muletas. O jornal publicou que "Sua Alteza Real tinha desembarcado apoiado em duas maletas".
No dia seguinte veio a emenda, que foi mesmo pior do que o soneto, porque trazia nova gralha: "Sua Alteza Real tinha desembarcado apoiado em duas mulatas".
Jeitoso, hem?
Particularmente poderei contar-te duas nacionais a que assisti, uma delas tem menos de um mês, e que teriam dado grande barraca:
"Relatório e Contas" a que falhou o t das "contas";
"Ministério das Finanças e da Administração Pública" - esqueceram-se do L em "Pública".
Estamos conversadas?
Sabes que uma vez fiz uma revisão a um cartaz já revisto por mil e uma cabeças pensantes e lá estava ese erro. Públicos sem l. E era uma actividade para pais e educadores! Risos.
Enviar um comentário