Encontrei a cidade mais fria do que este cantinho entre a serra e o mar... estranhei o facto e, ao observar a névoa ao fundo da avenida, ainda pensei tratar-se do nevoeiro matinal. Engano meu, era um vendedor de castanhas o causador de tamanha fumarada. Interroguei-me: será o fumo que tapa o sol, não o deixando aquecer os transeuntes?
Depois de uma caminhada à procura de uma casa de fotografia que rapidamente encontrei - vou tentar um retorno à fotografia, paixão de juventude, agora com as modernices do digital - e de um café tomado numa antiga leitaria, lá fui aproveitar os últimos dias de feira Gulbenkian. Claro que na caminhada pela avenida, não pude deixar de dar de caras com a casa onde viveu Carlos Botelho... ele há coincidências!
As compras de literatura lá pela Gulbenkian foram utilitárias, livros de estudo que, espero, não venham a decepcionar.
Acredito que não se trate de um dos locais mais apelativos para comprar livros-oferta.
Quanto à exposição Weltileratur, pareceu-me a mesma muito carregada de texto, o que não me parece um procedimento convidativo neste tipo de iniciativas (que me perdoem a ousadia). Sempre ouvi a quem entende do assunto que as exposições não devem ser sobrecarregadas com suporte textual e vi páginas e páginas do "Livro do Desassossego" por lá estampadas, quando não há nada melhor do que ler no nosso cantinho. Gostei de ter visto algumas telas de Almada, manuscritos, pequenos textos de Pessoa, Sá Carneiro, Pascoaes, Cesariny mas, essencialmente, da correspondência trocada entre Camilo Pessanha e Ana de Castro Osório. Este gosto pelas "estórias" da História é bastante feminino, assumo-o.
Sem comentários:
Enviar um comentário