9 de novembro de 2008

AFINAL,É POSSÍVEL CHEGAR LÁ!

Andava a alinhavar uma das suas histórias, mas aconteceu-lhe ter acesso à tradução integral do discurso de vitória de Barack Obama. Possivelmente já ouviram falar de Ann Nixon Cooper, citada pelo futuro presidente nesse discurso. É uma história tão bonita, como comovente, uma história de esperança que merece ser partilhada, pelo que resolveu reproduzi-la nos "Dias Que Voam". Sente que é uma história para dar vento à sementeira:
“Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões – porque era mulher e por causa da cor da sua pele.E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América – a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: Sim, podemos.Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.Quando havia desespero e depressão em todo o país, ela viu uma nação vencer o seu próprio medo com um New Deal, novos empregos, e um novo sentimento de um objectivo em comum. Sim, podemos.Quando as bombas caíam no nosso porto e a tirania ameaçava o mundo, ela esteve ali para testemunhar uma geração que alcançou a grandeza e salvou uma democracia. Sim, podemos.Ela viu os autocarros em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pregador de Atlanta que dizia às pessoas que elas conseguiriam triunfar. Sim, podemos.Um homem pisou a Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo ficou ligado pela nossa ciência e imaginação.E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.Sim, podemos.”

2 comentários:

erre disse...

Foi uma bela forma de ilustrar o caminho percorrido e as diferenças que o mundo viu acontecerem no período de um século.
Viu a entrevista que fizeram à Sra.?

gin-tonic disse...

Boa noite "erre".
Não, não li a entrevista a Ann Nixon Cooper.
Está disponivel em algum "site"?
Obrogado e um abraço