13 de junho de 2008

o castelo das terras de faria, I




isto vai em doses para que não fique a coisa muito chata e longa. não podendo eliminar a parte chata, eliminemos a parte longa

as terras de faria eram uma espécie de sub-região das terras de santa maria, ainda anterior à formação da nacionalidade.
o centro das terras de faria situa-se no monte da franqueira, na frente a sul de barcelos.
se a origem da sua formação é mais ou menos desconhecida, o seu apogeu simbólico é por demais conhecido na nossa história.
tenha realmente acontecido ou seja mais um dos mitos que povoam a nossa história, no dia 24 de fevereiro de 1373, nuno gonçalves deixa a sua marca para a posteridade.
durante a segunda das guerras que d. fernando travou com o henrique de trastámara para o domínio de castela que ambos pretendiam mas o segundo garantiu com o nome de henrique II, os respectivos exercitos bateram-se num vale (chã, como se chamava por aqui) de s. miguel de carapeços.
depois do galego pedro sarmento ter dado uma coça ao conde de ceia e deste ter fugido para ponte de lima, o alcaide das terras de faria, nuno gonçalves, foi tentar a sua sorte a travar o caminho ao galego em carapeços.
outra coça levou e obrigado a ir ao seu castelo para o entregar aos galegos ao serviço de castela.
é nesta altura que se dá o feito do alcaide junto às muralhas a dizer ao filho que jamais se rendesse porque deviam vassalagem a d. fernando.
a história é contada em muitos livros com tal precisão de linguagem que parece ter havido escutas telefónicas.
igualmente o que se conta sobre o cortejo real a entrar em barcelos mais parece retirado, por antecipação, da entrada da cleópatra no filme homónimo.
mas enfim, não estou aqui para isso, mas apenas para situar a coisa no tempo e no local.

no final década de 20 do século passado, talvez influenciados pelo trabalho que estava a ser feito com o futuro museu arqueológico de barcelos, um grupo de notáveis de barcelos reune-se no ainda hoje existente circulo católico operário de barcelos para constituir o 'grupo alcaides de faria', depois de uma primeira incursão, infrutífera, ao monte da franqueira, em outubro de 1929.
olhando para as profissões desses 'notáveis' é interessante ver a razoável percentagem de padeiros e barbeiros participantes, obviamente sob a liderança de um oficial do exército, como convém nestas coisas do passado guerreiro.
mas a principal preocupação do grupo era transformar aquele local numa espécie de estância de turismo já que os proprietários dos terrenos, ao tempo, era a irmandade da franqueira por via do santuário existente no cimo do monte e esses não se dedicavam a activades profanas como a descoberta e recuperação de castelos perdidos.

os anos 30 foram então anos de muita busca pelo monte da franqueira (estranhamente o castelo situava-se a meia encosta) e da descoberta de uma torre (hoje tratada por 'moinho' e, reconhecidamente com aspecto de moinho e afastada do núcleo do castelo), do castelo propriamente dito, dum castro meio tapado por algumas das muralhas do castelo e, igualmente da descoberta de muitas pedras que foram roubadas do castelo para construir o convento da franqueira.

Clicar nas imagens para as tornar maiores.

1 comentário:

aurelio disse...

Gostava de entrar em contacto com o autor deste texto e destas fotos.

Neste momento estou a fazer recolha de materia fotografica e de diverosos materiais sobre as terras de faria e o seu legado.

por favor contacte para aurelios.aurelios@gmail.com

Obrigado