Passeio pelo passeio,
pegadas de merda e cagalhões inteiros populam os passeios,
beatas de cigarros preenchem os intervalos deixados pelas ervas mortas com insecticida,
semáforos e sinais de trânsito fazem par,
parquímetros devoradores avariados por ávidos arrumadores,
pastilhas não elásticas de mãos dadas com cimento caído de andaimes,
escarretas verdes como os caixotes de lixo dos prédios,
paletes de água e grades de cerveja,
garrafas partidas, meia hora e metro isolam o chão porco,
espelhos de carros dão encontrões,
pedras soltas, buracos, sacos do lixo rasgados,
os varredores têm trabalho a mais,
já não olho para o céu com medo de pisar um cagalhão
ou tropeçar numa pedra e cair de cara no chão.
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