é sabido que salazar não gostava de eleições.
não sei se por um problema de alergia na pele ou se por uma outra qualquer razão relacionada com o facto da sua maezinha nunca o deixar sair à rua ao domingo (dias mais recomendado para eleições), a verdade é que o merceeiro de santa comba nunca se propôs a votos nas 4 décadas de ditadura (também por alguma razão era uma ditadura. não devemos brincar com coisas sérias).
numa manobra absolutamente vergonhosa, sem a autorização do cadáver morto, e aproveitando o facto do dito cadáver já não se poder mexer, a rtp promoveu um concurso onde, ao contrário do big brother, os concorrentes não se encontram fechados numa casa, mas num misto de cemitérios, panteões, ar livre e em parte (e estado) incerta, era possível, pela primeira vez na história, votar na ossadas do vimieiro.
amantes de concursos com votações telefonicas de valor acrescentado (eu acho mesmo que quando estão perante uma chamada de valor acrescentado acham que aquilo quer dizer uma chamada importante), os portugueses desataram a dar aos dedos e votaram mostrando quem eram os seus melhores 100 compatriotas de todos os seus mais de 900 anos de história, isto partindo po princípio que a nossa história começou no condado portucalense.
(não estranhem ver actores da novela 'morangos com açúcar', futebolistas com 20 anos ou um pouco mais, dirigentes desportivos, fadistas, cantores, videntes, escritores, humoristas, e até gente que vocês nunca ouviram falar.
e quem dizer nunca ter ouvido falar, também poderia ser nunca ter existido: votar no mito da padeira de aljubarrota é o mesmo que votar no príncipe valente para o melhor britânico de sempre.
acho estranho que alguns dos portugueses tenham entrado em estado de choque com o facto do salazar ter ganho o teleconcurso.
eu acho apenas patético.
aqui vão os 100 mais para os portugueses:
(tal como com as páginas da necrologia, felizmente não encontro lá o meu nome....)
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