Eu ainda tenho muitos dos meus brinquedos de infância, estão todos num baú no meu quarto em Fozcôa.
Sei, pela minha mãe, que me esquecia de imensos jogos na varanda de casa, que eventualmente se transformavam em papa de papelão.
Tenho especial carinho por três dos meus brinquedos: o meu urso de peluche, quase tão velho quanto eu, mas que ainda é lindo, mesmo sofrendo da lepra dos peluches velhos;
outra coisa linda é a minha “machoninha”, uma boneca espanhola, que dava beijinhos quando lhe apertavam o braço, é claro que está completamente arruinada, e quando era nova foi parar às mãos da minha irmã, que decidiu armar-se em cabeleireira e lhe cortou os lindos caracóis.
O ultimo é um fogão, que herdei duma prima minha, é um fogão de ferro, igual ao que a mãe dela tinha em casa, e que funcionava mesmo, era lá que eu fazia as minhas sopas de água, couve e massa, com que depois alimentava as minhas “filhas” (cortava as bocas com uma tesoura)….passado uns tempos, todas elas cheiravam a podre…era uma tragédia.
De vez em quando, quando vou a Fozcôa, ainda abro o baú e fico entretida a rever as coisas da minha infância e não é rara a vez que me perco em memórias.
Sim eu cultivo muito a infância, e como diz a sábia Margaret Atwood
“Another belief of mine: that everyone else my age is an adult, whereas I am merely in disguise”
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