13 de janeiro de 2006
portugal: legislativas
assim encabeçava a revista visão a página da secção 'periscópio especial' do seu último número em que comentava, ao seu estilo habitual, as actividades dos candidatos às próximas eleições.
o afã da comunicação social para ver as próximas eleições como uma vingança das legislativas é tão grande, que até na paginação confundem as coisas.
como se dizia quando era muito mais novo: o freud explica...
esta semana, na beira baixa, o putativo presidente teve uma espécie de mix do episódio do pulo do lobo com o episódio do bolo rei.
questionado sobre as declarações, na noite anterior, de santana lopes à sic, cavaco silva abriu a boca de espanto com um ar tão idiota que parecia ter acabado de aterrar de marte, e com semblante de quem pergunta se é ali o eléctrico para a estrela ou a bicha para a sopa dos pobres, atirava para o ar: entrevista? quando? onde? não sei de nada... o os lábios tremiam naquele descontrolo característico dele que faz com que não tenha consciência física da comida lhe estar a sair pela boca.
já conhecíamos esta faceta do senhor que, questionado sobre a contestação generalizada ao seu governo, afirmava que não sabia de nada porque tinha estado no pulo do lobo onde não havia jornais, nem televisões, nem telefone...
o ex-ministro de cavaco, e membro da comissão de honra da sua candidatura, engenheiro valente de oliveira, afirmou em entrevista que (e por incrível e absurdo que pareça, estou a citar): 'quer em belém alguém que veja tudo, que saiba tudo'
o engenheiro valente de oliveira quer deus em belém e à falta do próprio por dificuldades de agenda, contenta-se com o cavaco.
os estrategas de cavaco perderam completamente as estribeiras da sanidade mental e da contenção verbal.
talvez por via disso, o putativo presidente tenha afirmado em entrevista, quando questionado sobre as expectativas que sobre si recaem) que, 'as pessoas, neste momento, acham que o presidente da república pode fazer muito. se calhar até colocam esperança demasiada no presidente da república'.
honesto reconhecimento de um candidato que, no entanto, afirma nos seus comícios que vai, realmente, mudar o país.
no comício de ontem, no coliseu do porto, a fadista katia guerreiro animava as hostes, e no meio de tanta emulação cavaquiana, afirmava que ali eram mais de 5 000 apoiantes.
uma vez que a lotação máxima do coliseu do porto (com plateia em pé, sem cadeiras), é de 3 000 pessoas, baixando consideravelmente quando tem as cadeiras colocados (como foi o caso do comício entronizador), a única coisa que podemos concluir (sem novidade para nós) é que os apoiantes de cavaco se tornaram não só bipolares (acham que estão ao mesmo tempo a eleger um presidente e um primeiro ministro), como levaram essa bipolaridade ao extremo, achando mesmo que são dois corpos distintos
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