9 de novembro de 2005

( a ouvir o debate do orçamento geral de estado)

Raramente leio um livro todo.
Ou salto capítulos, ou ficam a meio.
Às vezes começo pelo meio, outras fico-me por aí.

Acho que fiquei assim desde que comprei as obras completas do Lenine em 52 volumes.

De qualquer modo, houve partes de livros que se me gravaram e modificaram.
Aqui vai um deles.

De eléctrico

(Num carro para Campolide. Dia Sexual)

Uma mulher de carne azul,
semeadora de luas e de transes,
atravessou o vidro
e veio, voadora,
sentar-se no meu colo
na nudez reclinada
dum desdém de espelhos.

(Mas que bom! ninguém suspeita
que levo uma mulher nua nos joelhos.)

José Gomes Ferreira

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