11 de novembro de 2005

conjunto pais & filhos, ou o início de uns pacotes a 3

ravi shankar é o maior nome da música indiana.
um dos maiores nomes da música. propriamente dita.
elevou a cítara a um instrumento clássico. compôs peças para cítara e orquestra, cítara e violino, cítara e quase tudo.
a sua influência na música mundial foi enorme. quer pela sua influência nos beatles e, por tabela, em grande parte da geração pop dos anos 60, quer com compositores de outras áreas e latitudes como jean pierre rampal, hosan yamamoto, musumi menuhin, pihil glass, ali akbar khan e uma tonelada deoutros.
a sua fama no ocidente começou depois de ter participado nos míticos 'monterey pop festival', concerto para o bangla desh e no festival de woodstock.
descrever a carreira de ravi shankar é quase como escrever a lista telefónica de new york. tal a quantidade e variedade de coisas que fez.
como não iremos falar de todas ela, falemos agora apenas de duas dessas coisas:

anoushka shankar e norah jones.


estranhamente, estas duas irmãs (ou meia-irmãs) apenas se conheceram há muito pouco tempo.
anoushka sempre viveu com o pai (de quem aprendeu os segredos da cítara) e norah sempre viveu com a mãe (sue jones).
a história do conhecimento das duas irmãs é digno de uma qualquer novela da tvi ou do extinto ponto de encontro.
norah jones cresceu modestamente com a mãe (pianista em bares e amante de muitos anos de shankar) numa pequena cidade perto de dallas, texas. aos 18 anos decidiu contactar o pai.
telefonou e pediu para falar com o senhor ravi shankar. quando do outro lado a jovem de 16 anos que lhe atendeu o telefone lhe perguntou quem falava, ela disse: a sua filha norah.
anoushka, que estava do outro lado, ficou a saber que tinha uma irmã a viver do outro lado do mundo.
conta a lenda (e as próprias) que desde esse momento passaram a ser as melhores amigas à face da terra.


norah jones é agora uma das mais celebradas e premiadas cantoras mundiais.
arrasta multidões. vende milhões.
numa mistura de blues, pop, folk e jazz e com uma voz perfeita (pode não se gostar, mas que o é, é....) a menina norah conquistou aos 20 e poucos anos um estatuto que nos merece o maior respeito e admiração.
ainda por cima, inteiramente merecido.
e mais merecido ainda quando a ouvimos dizer, com o ar mais espanto e humilde do mundo, que não consegue perceber porque gostam tanto dela assim. que é apenas uma cantora que gosta de cantar.


a outra obra de ravi shankar de que falamos é anoushka shankar.
esta lindíssima menina é um pouco menos conhecida que a meia-irmã norah (embora as suas participações em trabalhos de alguns ícones da pop, como sting, façam prever uma mudança de estatuto..).
mas nem por isso menos talentosa.
anoushka é uma das mais talentosas tocadoras de cítara da actualidade.
apontada por todos os críticos como a sucessora de seu pai.
vencedora de grammys (com o seu 'live at carnegie hall') tal como norah. mas 'um pouco' menos famosa.

se as obras musicais de ravi shankar são um legado para a humanidade.
a sua participação na criação destas duas obras-primas não lhe fica atrás...

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