8 de novembro de 2003

Frio..que frio...

Hoje aproveitei o bocadinho de sol que brilhava e andei compulsivamente.
Claro que os meus passos,não sei como, foram dar a uma livrariazita e o que se pretendia uma passeata higiénica transformou-se numa sessão de carregamento de pesos.
Porque é que os livros são tão grandes e pesados? Gosto dos maneirinhos franceses da Poche. Agarram-se à mão e nela repousam. E são sempre tão bonitos...
Confesso que a livraria que invadi foi a Asa, nunca resisto às capitas deles e ao desconto de 10%...Temos sempre boas desculpas.
Mas isto não veio a propósito de nada. Foi por causa do desenho que o Gasel escreveu.
A mulher está ler, reclinada e absorta, com o quarto todo desarrumado. O livro tem um ar pesadérrimo e ela segura-o pelas bordas inferiores..que mal que soa esta frase...Depreendo que terá umas mãos imensas, com uns dedos espectaculares e particularmente persuasivos. Comigo esse livro caia a pique no chão e logo um gato solícito se deitaria em cima dele. Zás. É da minha dona.
E também por causa de livros, lembrei-me do último Reverte que li e de que gostei bastante. Últimamente andava a antipatizar com a escrita dele.
O livro, de que já esqueci o titulo, conta a história de uma Teresa, mexicana e narcotraficante. Que de empregadinha amarrotada se torna a dona de uma grande empresa de importação e exportação de droga. Que vive dois amores, morrem depressa, sabendo ela sempre que os momentos de alegria são efémeros.
E numa estadia na prisão, começa a ler...e daí não pára. Começa exactamente com um dos meus livros de infância, do Dumas.
E a certa altura interroga-se, como é que as pessoas que não gostam de ler, fazem para sobreviver à porra desta vida tão complicada? como sonham? Como descobrem mundos novos?
Eu concordo com a Teresa.
Diz o Artur Pérez Reverte que é pouco lido em Portugal. Eu acho isso um pecado, leitora apaixonada que fui dos primeiros livros dele, a começar pelo fabuloso Mestre de Esgrima (que me foi aconselhado pela minha mãe ) e felizmente reeditado em pequeno formato pela Asa há pouco tempo.
Eu escrevi fui? Agora com a leitura do "A rainha do Sul", posso dizer qual fui. Sou . E muito.
Além disso o homem é bonito que se farta.
Alguma mulher ou homem, nunca se sabe, tem muita sorte:)
Nota: Apesar da capa do livro ser feiosa, inclui uma fotografiazinha do autor:))))))

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