Há já algum tempo que eu me vinha sentindo mais rouca. Não liguei, achei que fosse do tabaco ou alguma outra coisa que tal. Até que certo dia, estando eu a comer um bife, me apercebo que a garganta estava a empolar. A EMPOLAR!
Um caroço-osso? Pensei: é com certeza um pedaço de carne. Bebi um gole de vinho, bochechei, mas aquilo não passava. O rapaz que estava à minha frente, aflito, abria-me a boca e espreitava compulsivamente e quanto mais ele espreitava mais entalada eu ficava. De repente uma convulsão interna como um vómito obriga-me a cuspir o incómodo. Ficamos ambos espantados. Ambos olhando aquilo. Era um amo-te. Foda-se - disse eu - ao tempo que eu devia andar com esta merda engasgada!
É curioso, ao meu pai aconteceu a mesma coisa com um cálculo renal. Tem as pedritas todas expostas numa vitrina cá em casa. Eu, que tenho pudor, não me presto a essas figuras. É por isso que agora trago sempre o meu amo-te escondido no bolso das calças.
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